O aumento da população, da expectativa de vida do ser humano e do consumo de medicamentos, da propaganda excessiva em torno dos mesmos e da facilidade de aquisição, ocasionou um aumento dos resíduos de medicamentos nas residências, clínicas médicas e odontológicas, postos de saúde, farmácias, drogarias, casas de saúde, asilos e hospitais, pois os mesmos acabam tendo o seu prazo de validade expirado sem antes mesmo de serem consumidos.
Muitas pessoas, por falta de alternativas e de informação, ainda jogam medicamentos vencidos ou que não serão mais usados no lixo comum ou na rede de esgoto. Os medicamentos contêm substâncias químicas que contaminam o solo, a água e colocam em risco o meio ambiente. Alguns, ainda, inalterados, irão ser utilizados indevidamente por outras pessoas e animais.
Em relação à contaminação das águas, o lançamento de resíduos de fármacos no ambiente através de esgotos domésticos, tratados ou não, é a principal rota de entrada. No entanto, devem ser considerados os efluentes rurais, a presença de fármacos no esterco animal utilizado para adubação de solos e a disposição inadequada após expiração do prazo de validade.
Uma das preocupações é o descarte de antibióticos, dispensados indiscriminadamente e, o agravante da descontinuidade do tratamento prescrito, que gera estoque, que vence e é descartado em lixo comum podendo causar resistência bacteriana no meio ambiente.A implementação de um sistema de gerenciamento de resíduos provenientes de serviços de saúde e da comunidade, que objetive a redução de riscos à saúde imediata e ao meio ambiente se torna importante, devido ao descarte inadequado de medicamentos.
O DESCARTE DE MEDICAMENTOS
Desde 2010, a Lei 2.305, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, prevê que fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de um determinado produto que possa causar danos ao meio ambiente ou à saúde humana devem criar um sistema de recolhimento e destinação final independente dos sistemas públicos de limpeza urbana.
O programa Descarte consciente, promove o descarte adequado dos medicamentos em farmácias credenciadas, com a orientação do Farmacêutico.
O farmacêutico tem papel importante no descarte de medicamento, pois uma das suas atribuições é a orientação de como o medicamento será descartado:
“São atribuições do farmacêutico no exercício da sua profissão em assistência domiciliar atuando em equipe multidisciplinar ou não: a) prestar orientações quanto ao uso, a guarda, administração e descarte de medicamentos e correlatos, com vistas à promoção do uso racional de medicamentos (Artigo 1º da Resolução 386 do CFF 13/12/2002)
Especialista explica que é preciso inutilizar remédios para evitar intoxicação.
- Produtos não devem ser jogados no lixo doméstico na embalagem original.
- O líquido de frascos deve ser jogado na pia ou no vaso sanitário. O recipiente precisa ser lavado, para evitar que outras pessoas consumam o medicamento vencido.
- As embalagens dos medicamentos não devem ser reaproveitadas para o armazenamento de outras substâncias de consumo devido à potencial contaminação residual.
- Ampolas, seringas, agulhas e frascos de vidro danificados devem ser entregues à farmácia em uma sacola diferente daquela que contém restos de remédios
- Jogando o comprimido no vaso sanitário e dando descarga não há problema algum, porque ele se desintegra e não causa problema algum. No caso de comprimidos, não é necessário quebrá-lo.
Giovanni Bertollo, vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia (CRF) no Espírito Santo reconhece que essa maneira de descartar medicamentos pode acarretar problemas ao meio ambiente, mas evita o consumo por outra pessoa. “Ao jogar o remédio no lixo, alguém pode achá-lo e consumi-lo, o que é muito prejudicial”, diz.
No caso de pomadas, Bertollo alerta que deve ser levado em conta as substâncias que elas possuem. Há produtos altamente tóxicos e irritantes, que sob a ação do sol provocam queimaduras na pele. Elas trazem riscos potenciais também.
No caso de pomadas, Bertollo alerta que deve ser levado em conta as substâncias que elas possuem. Há produtos altamente tóxicos e irritantes, que sob a ação do sol provocam queimaduras na pele. Elas trazem riscos potenciais também.
Em relação aos medicamentos descartados antes do prazo de validade ter se expirado pode-se considerar a ocorrência de apresentação inadequada, reação adversa, falha ou interrupção do tratamento, entre outros. Outra hipótese seria que estes usuários não têm conhecimento sobre data de validade, o que poderia resultar também em uso de medicamento vencido. A impossibilidade de identificar a data de validade de alguns produtos descartados está relacionada com as condições de armazenamento. Deve-se reforçar entre os usuários, a importância de estocar os medicamentos em suas embalagens originais.
Para amenizar os riscos de contaminação ambiental pelo descarte incorreto de medicamentos, a melhor abordagem é a minimização da geração destes resíduos, através de prescrições racionais, adequação das embalagens aos tratamentos, dispensação adequada e cumprimento das prescrições por parte dos usuários.
A população deve se conscientizar que descarte de medicamentos no lixo comum é perigoso e que isso pode alterar a nossa qualidade de vida.
Leia também:Estoque doméstico de Medicamentos
Fonte:
- http://www.descarteconsciente.com.br/
- http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/92aa8c00474586ea9089d43fbc4c6735/Cartilha%2BBAIXA%2Brevis%C3%A3o%2B24_08.pdf?MOD=AJPERES
- http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?artigo_id=9187&n_link=revista_artigos_leitura
- http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-04-06/anvisa-alerta-para-riscos-do-descarte-incorreto-de-medicamentos
- http://www.academia.edu/1844377/CARACTERIZACAO_DOS_MEDICAMENTOS_DESCARTADOS_POR_USUARIOS_DA_FARMACIA_POPULAR_DO_BRASIL_FARMACIA-ESCOLA_DA_UFRGS
- http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL739258-5598,00-SAIBA+COMO+JOGAR+FORA+MEDICAMENTOS+VENCIDOS.html
- http://noticias.r7.com/saude/noticias/70-dos-brasileiros-jogam-remedio-fora-de-forma-errada-aprenda-o-que-fazer-20120208.html?question=0
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