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O sangue Humano

Uma imagem de microscópio eletrônico
de varredura da circulação normal do sangue humano
O sangue é um tecido conjuntivo líquido, produzido na medula óssea vermelha, que flui pelas veias, artérias e capilares sanguíneos dos animais vertebrados e invertebrados. O sangue é um dos três componentes do sistema circulatório, os outros dois, são o coração e os vasos sanguíneos. Talvez a característica que melhor distingue o sangue dos outros tecidos conjuntivos é o fato de ele possuir uma matriz extracelular abundante, o plasma, também chamado de parte líquida, que compõe cerca de 55 % do volume, ao passo que o restante, referente às células e partes de células, e por isso chamada de elementos figurados (de figures: conta, números), constitui cerca de 45 % do sangue.

Funções

Ele é responsável pelo transporte de substâncias (nutrientes, oxigênio, gás carbônico e toxinas), regulação e proteção de nosso corpo.


Composição do sangue


Como se pode perceber observando a figura ao lado, o sangue possui dois componentes: 

  1. Plasma:  responsável por 55% do volume sanguíneo, é a parte líquida, correspondente à matriz extracelular do tecido, onde as células estão imersas. É uma solução contendo 92 % de água, daí a importância de sempre nos mantermos hidratados ingerindo bastante líquido. Nos 8% restantes encontramos: oxigênio, glicose, proteínas, hormônios, vitaminas, gás carbônico, sais minerais, aminoácidos, lipídios, uréia, etc.
  2. Elementos figurados (de figures: conta, números) responsáveis por aproximadamente 45% do volume sanguíneo, é a parte sólida, constituída de células e plaquetas:
  • Os glóbulos vermelhos, também conhecidos como hemácias ou eritrócitos, são as células vermelhas do sangue,  cuja função principal é o transporte de oxigênio ligado à hemoglobina, proteína contendo Ferro, que ao ser oxidado, quando o O2 se liga a ele para ser transportado, adquire coloração avermelhada (procure uma barra de ferro velha pela rua e você verá que as porções oxidadas, “enferrujadas” também têm coloração alaranjada/avermelhada). Em mamíferos, durante o processo de diferenciação, essas células perdem o núcleo, de forma a adquirir um formato bicôncavo, mais delgado, e aumentar a área de superfície em relação ao volume, facilitando as trocas gasosas. Essas células duram aproximadamente 120 dias, após isso, são repostas pela medula óssea. Normalmente encontram-se na proporção de 4-6×106/mm3 de sangue. Denomina-se anemia a condição na qual o indivíduo têm um número reduzido de eritrócitos e/ou apresenta dificuldades em transportar o O2.
  • glóbulos brancos, também chamados de leucócitos, são responsáveis pela defesa de nosso corpo (defesa imunitária). Eles protegem nosso organismo contra a invasão de microorganismos indesejados (vírus, bactérias e fungos). Normalmente encontram-se na proporção de 5-6×103/mm3 de sangue. Pessoas cujo sistema imunitário não é capaz de combater microrganismos patogênicos adequadamente são ditas imunodeficientes. Isso pode ser devido a defeitos genéticos nas células ou insuficiência de células. Um exemplo é a AIDS, na qual o vírus HIV ataca e destrói os linfócitos T CD4+, comprometendo grandemente a eficiência das respostas imunes. 
  • As plaquetas: são fragmentos de células chamadas megacariócitos, presentes no sangue, e têm como função principal promover a coagulação (solidificação) do sangue a fim de evitar hemorragias, por exemplo. Elas geralmente agem quando os vasos sanguíneos sofrem danos. Um exemplo simples é o caso de uma picada de agulha, onde observa-se uma pequena e ligeira perda de sangue que logo é estancada, isto ocorre graças ao tampão plaquetário. Normalmente encontram-se na proporção de 2,5-4×105/mm3 de sangue. Pessoas que apresentam o processo de coagulação deficiente são ditas hemofílicas. Essa é uma condição genética e comumente se deve à incapacidade de produzir uma das proteínas envolvidas no processo de coagulação, o chamado fator VIII. Como o gene que codifica o fator VIII está localizado no cromossomo X e os homens só têm um X, a proporção de hemofílicos é muito maior nas pessoas do sexo masculino.

Fonte

Linfopoiese e Monopoiese

Agranulócitos são células leucocitárias (parte do sistema imunitário do corpo humano) caracterizadas pela ausência de grânulos no citoplasma.

Existem dois tipos de agranulócitos:
  • Linfócito: apresenta núcleo esférico, levemente basófilo.
  • Monócito: possui um núcleo ovóide, com a cromatina clara, invaginações, citoplasma basófilo. Tem a função fagocitária e de se diferenciar em macrófagos ao migrar do sangue para os outros tecidos do corpo.

Linfopoiese

É o processo mediante o qual se formam os linfócitos.
Engloba os linfócitos T e B.Os linfócitos B saem maduros da medula óssea enquanto os linfócitos T precisam migrar para o Timo onde irão sofrer o processo de maturação.Os linfócitos B ainda se diferenciam em plasmócitos quando encontram um antígeno num órgão linfóide secundário e secretam anticorpos nos tecidos.
O linfoblasto está presente nos tecidos linfóides ou medula óssea. Os linfoblastos B na medula óssea e nos órgãos linfóides dão origem aos pro-linfócitos B. Os pro-linfócitos B estão na medula óssea e muitos migram para os tecidos linfóides e os que estão nos tecidos linfóides permanecem neles. Estas células dão origem aos linfócitos B (esse conjunto de células vão formar as estruturas nodulares típicas dos órgãos linfóides, com exceção do timo). Essa maturação dos linfócitos B é estimulada pela IL-7. A partir dos linfoblastos na medula óssea também se formam os pro-linfócito NK que amadurecem nela sem migrar para órgãos linfóides e formam os linfócitos NK. 
Os linfoblastos T estão predominantemente no timo e vão sofrer maturação e originar pro-linfócitos T, que se dirigem ao sangue e atingem o baço, onde formam a bainha periarterial da polpa branca (ou corpúsculo de Malpighi). Os linfócitos T maduros que saem direto do timo ainda não estão capazes de reconhecer o que é antígeno e o que é normal (próprio do organismo). Os pro-linfócitos T também atingem os linfonodos, onde formam a zona paracortical. Os linfócitos T maduros nos órgão linfóides se diferenciam em subtipos: LT-helper, LT-supressor, LT-citotóxico.



Monopoiese

Por monopoiese se conhece a formação dos monócitos a partir das UFC-M (unidade formadora de colônias monocíticas ou monócitos). Os monócitos podem se localizar como células fixas em órgãos como no baço, alveólos pulmonares, e nas células de Kupffer do fígado. Sua função principal consiste em fagocitar bactérias, micobactérias, fungos, protozoários ou vírus.
Sua formação está caracterizada por duas fases de maturação que se consideram as mais importantes:
  • Monoblastos
  • Promonócitos
O promonócito derivado da diferenciação do monoblasto dá origem ao monócito. O promonócito é uma célula grande, que se divide em 2 monócitos que passam a circular no sangue. Estes monócitos podem formar macrófagos e todo sistema monocítico fagocitário (antigamente conhecido como sistema retículo endotelial ). Os monócitos podem se unir e formar células gigantes, osteoclastos, que são multinucleadas.






Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Agranul%C3%B3cito

Mielopoiese


Mielopoiese é o processo de formação de células granulocíticasO desenvolvimento dos leucócitos granulócitos é mais complexo, ocorre à partir das células formadoras de colônia granulocítica (GCFC para neutrófilos, ECFC para eosinófilos, BCFC para basófilos). Todas essa etapas se passam na medula óssea.

Promielócito: Contém grânulos específicos junto com as granulações azurófilas. É específico porque cada classe de leucócito possui seus grânulos distintos que caracterizam cada tipo de célula, porém não pode ser diferenciado pelo microscopia. A cromatina nuclear é mais condensada, núcleo esférico, com nucléolos visíveis. Esta célula dá origem ao mielócito.

Mielócito: Este é o verdadeiro precursor dos granulócitos específicos, ou seja, podendo diferenciar morfologicamente o granulócito basófilo, granulócito eosinófilo e granulócito neutrófilo a partir de uma célula única (UFC-G) ou unidade de colônias granulocíticas.. Na microscopia óptica se observa o núcleo em forma de rim (reniforme). A grande concentração de grânulos específicos é que permite diferenciar os tipos de mielócitos.

Com o desenvolvimento do mielócito neutrófilo se forma o metamielócito, onde se inicia a formação de lóbulos. Nesta célula, os lóbulos se apresentam em forma de chanfradura. O metamielócito forma a "célula com núcleo em bastão", onde os lóbulos nucleares tem aspecto de bastão recurvado. Este dá origem ao neutrófilos maduro circulante.
Os neutrófilos em maturação se localizam em compartimentos do organismo denominados de compartimentos funcionais dos neutrófilos. Este processo de maturação pode ser estimulado por diversos fatores como a IL-3, GMCSF e GCSF.


Evolução Celular:


Mielopoiese


Mielopoiese Basofílica


Mielopoiese Eosinofílica

 

 

Fonte




Eritropoiese

A eritropoiese é o processo que corresponde a formação dos eritrócitos. Este processo é dinâmico e envolve os processos de mitose, síntese de DNA e hemoglobina, incorporação do ferro, perda de núcleo, organelas e resulta na produção de glóbulo vermelho sem núcleo e com reservas energéticas. 
Este processo nos seres humanos ocorre em diferentes lugares dependendo da idade da pessoa. Na vida intra-uterina, os eritrócitos são produzidos pelo saco vitelino no primeiro trimestre, pelo fígado, no segundo, e pela medula óssea a partir do terceiro trimestre e continua após o nascimento. 
A contagem eritrocítica no sangue periférico de indivíduos normais permanece relativamente constante, implicando em equilíbrio entre as taxas de produção e destruição de eritrócitos. 

Eritrócitos: Também é conhecido como hemácias ou glóbulos vermelhos, são encarregados das trocas gasosas (O2 e CO2) entre os tecidos e o meio ambiente por meio da hemoglobina.

Características:
  • Possuem formato de disco bicôncavo; 
  • Não possuem núcleo; 
  • Medem 0,007 milímetros de diâmetros; 
  • Possui borda mais corada e centro mais claro; 
  • A membrana é formada por duas camadas;
  • Uma hemácia vive, em média, de 100 a 120 dias.;
  • Os homens possuem mais hemácias;
  • São produzidas cerca de 2,4 milhões de hemácias por segundo em nosso corpo;
  • A contagem de hemácias presentes no sangue é feito através de um exame laboratorial conhecido como hemograma;
  • A diminuição no tamanho das hemácias é chamada de microcitose. Já o aumento é conhecido por macrocitose;
  • A cor vermelha do sangue é explicada pela presença das hemácias;
  • A Hemoglobina é o principal componente das hemácias. De coloração avermelhada, ela possui a função de fazer o transporte de oxigênio pelos diferentes tecidos do corpo humano. Transporta também uma pequena quantidade de gás carbônico;
  • Além da hemoglobina, as hemácias também são compostas por íons, glicose, água e enzimas.


Maturação dos eritrócitos






A partir da produção de Hemoglobina para-se a divisão celular, dando origem ao amadurecimento da célula até a formação do eritrócito.
A linhagem da Stem Cell até se transformar em eritrócito demora 7 dias para ficar pronta, ou seja, as células são produzidas hoje para serem utilizadas na próxima semana. Para cada stem cell, são formados 16 eritrócitos. Determinadas patologias podem alterar o tempo de produção da eritropoese.


BLASTOS (CÉLULAS JOVENS)
  • Proeritroblasto: é uma célula grande, redonda, com núcleo grande e redondo. Cromatina “frouxa”, onde é visualizado de 1 a 2 nucléolos, geralmente circulares e mais claros que o núcleo. O citoplasma é escasso e basófilo. O núcleo do proeritroblasto é grande, devido ao alto metabolismo (utilização de muita energia para seu desenvolvimento) e grande atividade celular. 
  • Eritroblasto basófilo: é uma célula menor que a anterior, redonda, encontrado na medula óssea. O núcleo é grande, redondo, com cromatina frouxa, e com apenas 1 nucléolo (nem sempre visível). Citoplasma escasso e extremamente basófilo. 
  • Eritroblasto policromático: encontrado na medula óssea, menor que o anterior, redondo, com núcleo redondo e central (bem no meio da célula), cromatina densa, sem nucléolo. O citoplasma é, geralmente, abundante, acinzentado (por possuir afinidade pela eosina e azul de metileno). É nessa fase que começa a produção de hb. 
  • Eritroblasto ortocromático: encontrado na medula óssea, menor que o anterior, é redondo, com núcleo picnótico (pequeno) redondo e periférico (longe do centro, pois é necessário tal localização para que seja expulso da célula), não possui nucléolo, cromatina muito densa (a mais densa de todos os eritroblastos). O citoplasma é abundante e acidófilo, da mesma cor que o das hemácias. 
  • Reticulócitos corados: são eritroblastos que perderam os núcleos. Após perder o núcleo sobra somente o citoplasma contendo resto de organelas. Podemos encontrar reticulócito, geralmente, no sangue periférico. Depois perde as organelas e se transforma em eritrócito.




Leia também:
Hematopoiese
Contagem de Hemácias e índices hematimétricos
Contagem de Reticulócitos


FONTE

  • http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Eritropoese&lang=3 
  • http://pt.wikipedia.org/wiki/Hematopoiese 
  • http://pt.wikipedia.org/wiki/Eritr%C3%B3cito
  • http://pt.slideshare.net/andersongalvao2012/resumo-hemato

Hematopoiese

A hematopoese é um sistema altamente organizado responsável pela produção das células sanguíneas (eritrócitos, leucócitos e plaquetas) . O controle da proliferação, diferenciação e maturação destas células é feito através de uma complexa interação molecular das células com o microambiente da medula óssea. Este microambiente complexo produz glicoproteínas solúveis genericamente chamadas de citocinas, que controlam a mitose e a diferenciação das células hematopoéticas.

Local de formação

Nas primeiras semanas de gestação (aproximadamente 15º-18º dia), o saco vitelino é o principal local de hematopoiese. De seis semanas até seis a sete meses de vida fetal, o fígado e o baço são os principais órgãos envolvidos e continuam a produzir os elementos figurados do sangue até cerca de duas semanas após o nascimento.
A medula óssea dos ossos chatos, é o local mais importante a partir de seis a sete meses de vida fetal e, durante a infância e a vida adulta, é a única fonte de novos elementos figurados. As células em desenvolvimento estão situadas fora dos seios da medula óssea, enquanto as maduras são liberadas nos espaços sinusais e na microcirculação medular e, a partir daí, na circulação geral
No período da lactação, toda a medula óssea é hematopoética, mas durante a infância há substituição progressiva da medula por gordura nos ossos longos, de modo que a medula hemopoética no adulto é confinada ao esqueleto central e às extremidades proximais do fêmur e do úmero. Mesmo nessas regiões hematopoéticas, aproximadamente 50% da medula é de gordura. A medula óssea gordurosa (amarela) remanente é capaz de reverter para hematopoese e, em muitas doenças , também há expansão da mesma nos ossos longos. Além disso, o fígado e o baço podem retomar seu papel hematopoético fetal (hematopoese extramedular).

Ontogenia da Hematopoese:

  1. Fase mesoblástica: Fase inicial, no saco vitelino (10ª semana).
  2. Fase hepato-esplênico: No fígado (6ª semana), no baço  e linfonodos (12ª semana)
  3. Fase Medular: Medula óssea fetal (16ª semana).

Medula óssea

A medula óssea contém um estroma complexo, consistindo de uma rede de tecido conjuntivo e uma variedade de tipos celulares, incluindo fibroblastos, macrófagos, adipócitos-like, células musculares lisas, células reticulares e endoteliais. Os adipócitos medulares aparentemente possuem a função mecânica de controlar o volume hematopoético, que por sua vez controla o aumento de inclusões gordurosas na medula.

  • Microambiente medular: células estromais, tecido conjuntivo (células de fronteira), células adventícias (células de sustentação da medula óssea - citoesqueleto da medula), tecido adiposo.
Na medula óssea, esta célula primordial, na presença de células do estroma, matriz extracelular e sob a ação de diversos fatores de crescimento e citocinas, dão origem a células progenitoras de linhagens mielocíticas, linfocítica, megacariócitos e eritroblastos.
  • O progenitor mieloide dá origem aos eritrócitos, plaquetas, granulócitos (neutrófilos, eosinófilos, basófilos), mastócitos e os monócitos.
  • O progenitor linfoide da origem a linfócitos T e B e células NK (natural killer).

Citocinas


São glicoproteínas que tem como função a regulação da hematopoese por mecanismos complexos. Elas estimulam e controlam a produção de células sanguíneas. Os genes responsáveis pela síntese de alguns (GM-CSF, MK-CSF, IL-4, IL-45, IL-9) localizam-se no braço longo do cromossomo 5 e os genes que codificam a eritroportina (EPO), no cromossomo 7.

Eritropoetina: Secretada pelos rins, estimula a produção de hemácias.
Trombopoetina: Secretada pelos rins, estimula a produção de megacariócitos.

Abaixo um esquema de como interagem citocinas e fatores de crescimento para a formação das células sanguíneas:







Fonte:


Metabolismo do Ferro

Além de sua função essencial na formação da hemoglobina, o Ferro tem um papel importante na formação adequada dos ossos, na cicatrização, na síntese do RNA, na pigmentação da pele e do cabelo, e no metabolismo das proteínas.
As doenças e desordens relacionadas com a deficiência desse mineral são: diminuição na formação de hemoglobina, distúrbio na função da medula óssea, depressão na produção de eritrócitos e possível dano à membrana celular.
No final da sobrevida, ou seja, 120 dias, os eritrócitos são destruídos nos macrófagos do sistema reticuloendotelial (SRE) dentro do baço; o ferro é liberado da hemoglobina, entra no plasma e fornece a maioria do ferro da transferrina. Somente uma pequena porção do ferro da transferrina plasmática vem da dieta, absorvido no duodeno e no jejuno.
Quase todo o ferro da hemoglobina é reaproveitado, assim as necessidades diárias de ferro novo são pequenas. 

ABSORÇÃO

A absorção intestinal (duodeno e jejuno) é da ordem de 1 mg/dia, embora a quantidade ingerida seja pelo menos 10 vezes maior. O ferro absorvido repõe o que é perdido em células descamadas (que sempre contêm algum ferro, p. ex. em citocromos) e no sangue menstrual. Nas mulheres, a necessidade diária é cerca do dobro da dos homens.
O ferro pode ser encontrado sob 2 formas: ferrosa (Fe++) e férrica (Fe+++)
  • Fe+++: encontrado nos vegetais (verduras de coloração verde escura, feijão, soja, entre outros), transforma-se em Fe++ no organismo. Somente 2% é reaproveitado.
  • Fe++: ou ferro elementar, encontrado nos alimentos de origem animal (carnes de todos os tipos, leite e ovos), está pronto para ser absorvido.  

A absorção do ferro, especialmente de origem animal, é aumentada com a ingestão conjunta de alimentos levemente ácidos (ou proteínas) e também por alimentos ricos em ácido ascórbico (vitamina C).
O transporte e armazenamento do ferro é mediado por três proteínas: transferrina, receptor de transferrina e ferritina.

FERRITINA

Nas células da mucosa intestinal, o ferro absorvido fica armazenado como Fe+++ em uma proteína chamada ferritina (proteína fixadora de ferro). Para tal, o ferro forma micelas de hidroxifosfato férrico e se liga a uma proteína, a apoferritina, cuja molécula é constituída de várias subunidades que circundam a micela. O complexo de subunidades proteicas de apoferritina e da micela de Fe+++ é que constitui a ferritina. Até cerca de 4.300 átomos de Fe+++ podem ser estocados desta forma por uma partícula de ferritina.
A ferritina é visível só ao microscópio eletrônico como uma partícula eletrodensa que pode ser usada como marcador.

TRANSFERRINA 

A transferrina é uma proteína do plasma responsável pelo transporte do ferro do seu sítio de absorção no nível intestinal ou nos sítios de catabolismo da hemoglobina para os precursores de células vermelhas na medula óssea ou para os sítios de estocagem de ferro no sistema reticuloendotelial na medula óssea, no fígado e no baço.
Para transporte no plasma, o Fe+++ é removido da ferritina (que fica sempre no interior de células) e transferido para a transferrina, que carreia 2 átomos de Fe+++ por molécula.
A ligação com o ferro é estável em condições fisiológicas, mas a dissociação pode ocorrer em meio ácido.

DESTINO DO FERRO 

Este ferro é distribuído às células do organismo, onde é necessário para síntese de citocromos e, principalmente, às células da série vermelha da medula óssea, no estágio de normoblasto, onde será usado na síntese de hemoglobina.
O restante é depositado em células do SRE, principalmente nas células reticulares do baço e da medula óssea, e nas células de Kupffer do fígado, onde fica armazenado também na forma de ferritina (como nas células da mucosa intestinal). A ferritina é uma forma de armazenamento que permite fácil mobilização do ferro para síntese de hemoglobina.

Hemoglobina Total

A Hemoglobina (C2952H4664O812S8Fe4 ) é o principal componente das hemácias. Esta proteína é quase esférica, tendo aproximadamente 55 Å de diâmetro e massa molecular de aproximadamente 64000. De coloração avermelhada, é a substância corante da hemácia, por conter átomos de ferro. 
A hemoglobina é uma proteína conjugada, cuja função é transportar O2 e CO2 pelos diferentes tecidos do corpo humano.  Transporta também uma pequena quantidade de gás carbônico.
A hemoglobina combina-se com o oxigênio na velocidade de 1/100 de segundos e dissocia-se a 1/20 de segundo. 
Trata-se de uma cromoproteína contendo 96% de uma albumina denominada globina e 4% de um grupamento prostético Heme. 

Tipos de Hemoglobina

A globina tem 4 cadeias proteicas, 2α e 2β, cada uma com aproximadamente 140 aminoácidos. Cada cadeia está dobrada de forma a constituir uma ‘bolsa’ na parte externa da molécula, onde se aloja o heme.
Embrionária:
  • Gower 1 (ξ2ε2)
  • Gower 2 (α2ε2)
  • Hemoglobina de Portland (ζ2γ2)
Fetal:
  • Hemoglobina F (α2γ2)
Adultos:
  • Hemoglobina A (α2β2) - O tipo mais comum, correspondendo a 96 - 98% da hemoglobina total.
  • Hemoglobina A2 (α2δ2) - cadeias δ são sintetizadas no último trimestre após o parto, seu nível normal é de aproximadamente 2.3 - 3.8%.
  • Hemoglobina F (α2γ2) - No adultos a Hemoglobina F é restrita a uma população de células vermelhas (hemácias) chamadas células F, este tipo de hemoglobina corresponde a cerca de 0 -1% da hemoglobina total.
Cada molécula de hemoglobina possui quatro grupos Heme de estrutura porfirínica possuindo, cada um, um átomo de Fe++ ligado à parte proteica da molécula. 
No catabolismo normal de hemoglobina, o ferro e a globina são reaproveitados, e a porfirina é descartada.  Isto ocorre em células fagocitárias, principalmente no baço, onde hemácias velhas, com cerca de 120 dias, são degradadas. 
Anel tetrapirrólico (4 pirrol)  ligados entre si por um átomo de ferro. Esse anel tetrapirrólico permanece unido por pontes de meteno (=CH-), formando a protoporfirina.



Hb Total

Este teste é usado para medir a quantidade de hemoglobina (Hb) encontrada em um decilitro (100 ml) de sangue total. Usualmente ele é parte de um hemograma completo.
A concentração de hemoglobina correlaciona-se estreitamente com a contagem de hemácias.

Objetivos

  • Medir a gravidade de anemia ou policitemia e monitorar a resposta à terapia.
  • Obter dados para o cálculo da hemoglobina corpuscular média e concentração de hemoglobina corpuscular média.

Valores de referência

Método: automatizado
As concentrações de Hb variam, dependendo do tipo de amostra retirada (amostras de sangue capilar para bebês e amostras de sangue venoso para todos os demais) e da idade e sexo do paciente, da seguinte maneira:

  • Recém-nascidos: 14 a 20 g/dl
  • 1 semana de idade: 15 a 23 g/dl
  • 6 meses de idade: 11 a 14 g/dlCrianças de 6 meses a 18 anos: 12 a 16 g/dl 
  • Homens: 14 a 18 g/dl 
  • Mulheres: 12 a 16 g/dl.

Achados anormais

  • Baixas concentrações de Hb podem indicar anemia, hemorragia recente ou retenção de líquido causando hemodiluição.
  • Hb elevada sugere hemoconcentração originária de policitemia ou desidratação.

Fonte:


Contagem de hemácias e índices hematimétricos

  • Contagem de hemácias

Este teste, também chamado de contagem de eritrócitos, é parte de uma contagem completa de sangue. É também usado para detectar a quantidade de hemácias em um microlitro (mm³ ou milímetro cúbico) de sangue total. 


  • Índices Hematimétricos
Servem à classificação morfológica das anemias. Fornecem valores médios da concentração de hemoglobina e volume de hemácias, sendo calculados a partir de determinações prévias do hematócrito, hemoglobina e número de hemácias por microlitro de sangue


Objetivos

  • Fornecer dados para o cálculo do volume corpuscular médio e da hemoglobina corpuscular média, que revelam o tamanho da hemácia e o conteúdo de hemoglobina.
  • Dar suporte a outros testes hematológicos para o diagnóstico ou monitoração de anemia ou policitemia.
  • Auxiliar no diagnóstico e classificação das anemias.

Preparação do paciente

Jejum de 4 horas.

Valores de referência

Método: automatizado com eventual estudo morfológico em esfregaços corados.
Os valores normais de hemácias variam, dependendo do tipo de amostra e da idade e sexo do paciente, da seguinte maneira:
Homens adultos: 4,6 a 6,2 milhões de hemácias/ml de sangue venoso
Mulheres adultas: 4,2 a 5,4 milhões de hemácias/ml de sangue venoso
Crianças: 3,8 a 5,5 milhões de hemácias/ml de sangue venoso
Bebês a termo: 4,4 a 5,8 milhões de hemácias/ml de sangue capilar ao nascimento, iminuindo para 3,8 milhões de hemácias/ml na idade de 2 meses, e aumentando lentamente daí em diante.


Os índices hematimétricos testados incluem:

  • volume corpuscular/globular médio (VGM/VCM)
Média do tamanho das hemácias (7 micras)
  VGM = hematócrito x 10                 82 -92 µ³(micras cúbicas)
                  hemácias
82 - 92 µ³ - Normocíticas
> 82 µ³ - Microcíticas
82 µ³ - Macrocíticas

  • hemoglobina corpuscular /globular média (HCM/HGM)
Quantidade média de hemoglobina na hemácia
  HGM = hemoglobina x 10               
                 hemácias  
27 - 32 pg

  •  concentração de hemoglobina corpuscular /globular  média (CHCM/ CHCM).
CHGM = hemoglobina x 100                             
                  hematócrito  
32-36% - Normocrômicas (coloração normal)
> 32% - Hipercrômicas (baixo teor de hemoglobina)
< 32% - Policromasia (Sensação visual. Perde lipídio sem perder hemoglobina. Não existe hipercrômicas)

Achados anormais

  • Uma contagem elevada de hemácias pode indicar policitemia absoluta ou relativa. Uma contagem deprimida de hemácias pode indicar anemia, sobrecarga de líquido ou hemorragia além de 24 horas. Teste adicionais, como, por exemplo, exame de célula colorida, hematócritos, hemoglobina, índices hematimétricos e estudos de glóbulos brancos são necessários para confirmar o diagnóstico.
  • Baixos VCM e CHCM indicam anemias microcíticas hipocrômicas causadas por anemia por deficiência de ferro, anemia sideroblástica ou talassemia. Um VCM alto sugere anemias macrocíticas causadas por anemias megaloblásticas, devido à deficiência de ácido fólico ou vitamina B12, desordens congênitas de DNA ou reticulocitose. Em razão do VCM refletir volume médio de muitas células, um valor dentro da faixa normal pode ocorrer em pacientes cujo tamanho de glóbulos vermelhos varia, e inclui células microcíticas e macrocíticas.


Fonte:


Determinação de Hematócrito

O exame de hematócrito (Ht) pode ser efetuado separadamente ou como parte de um hemograma completo. Ele mede a porcentagem por volume de hemácias contidas em uma amostra de sangue total – por exemplo, 40% de Ht indica 40 ml de hemácias contidas em uma amostra de 100ml. Essa concentração é obtida centrifugando-se o sangue total anti-coagulado em um tubo capilar, de forma que as hemácias sejam firmemente concentradas sem hemólise.

Objetivos

  • Auxiliar no diagnóstico de policitemia, anemia ou estados anormais de hidratação.
  • Auxiliar no cálculo de dois índices de hemácias: VCM e CHCM

Método

É um método automatizado, realizado mediante centrifugação, em tubo apropriado, em condições padronizadas. Há dois métodos empregados para esta determinação: Macro (Método de Wintrobe, Van Allen, Sanford e Magath e Haden ) e Micro (Capilar).

Técnica com o Tubo Micro Capilar:


  • Homogeneizar : inversão de forma suave para não hemolisar a amostra, no mínimo 10x.
  • Abrir o tubo com a gaze para não se contaminar.
  • Mantenha a tampa do tubo virada para baixo.
  • Tubo capilar para micro-hematócrito
  • Pegue o capilar, incline o tubo e coloque o capilar dentro do tubo, preenchendo ¾ do volume do tubo capilar com o sangue. 

    • Tampe a extremidade com o dedo, limpe o lado exterior com a gaze.
    • Pegue o capilar com o ângulo de 15° e encoste na massa de modelar para preencher a outra extremidade.

      Micro-centrífuga


      • Em seguida colocar o tubo na micro-centrífuga (colocando a parte vedada com a massa de modelar para fora, na coroa do motor). Pode rodar apenas 1 capilar sem precisar fazer o equilíbrio, devido a leveza do capilar.
      • Centrifugar a 12.000RPM por 5 minutos.







      Realizar a leitura com tabela apropriada:

        Cartão de Leitura de Hematócrito
      • Faça a leitura do capilar de frente à tabela (a tabela deverá estar plana à bancada - deitada). 
      • A massa de modelar deverá ficar abaixo da linha de "0".
      • Mova o capilar até que a linha do plasma chegue a 100.








      Valores de referência

      O Ht é normalmente medido eletronicamente. Os resultados são até 3% mais baixos do que as medições manuais, que aprisionam o plasma na coluna de hemácias concentradas. Os valores de referência variam dependendo do tipo de amostra, do laboratório que estiver efetuando o teste e do sexo e idade do paciente, como segue:
      • Recém-nascidos: 42% a 60% de Ht 
      • 1 semana de idade: 47% a 65% de Ht
      • 6 meses de idade: 33% a 39% de Ht
      • Crianças de 6 meses a 18 anos: 35% a 45% de Ht
      • Homens: 42% a 54% de Ht
      • Mulheres: 36% a 46% de Ht.

      Achados anormais

      • Um Ht baixo (hemodiluição) sugere anemia, hemodiluição ou uma perda maciça de sangue. 
      • Um Ht alto (hemoconcentração) indica policitemia ou hemoconcentração devido à perda sanguínea ou desidratação.

      Fonte: