Ao Cavaleiro do Medicamento

Sua missão é em favor dos outros e livre de qualquer desprezo

Suas paixões terão a frente o compromisso e o dever social
A reputação adquirida deverá sempre fazer jus aos méritos recebidos
Suas doutrinas e ousadia mudarão paradigmas
Livros e candelabro serão seus companheiros na eterna jornada que tem a enfrentar

Veja cavaleiro, o brilhantismo de suas descobertas trarão esperança a quem dela necessita
Seu coração esbanjará nobreza e suas mãos empunharão o mágico poder da cura
Sinta cavaleiro, as magnitudes de seus atos fascinarão o mundo da ciência
O laboratório se transformará na nave erudita do conhecimento, quando sua meta for aniquilar a doença

Ouça cavaleiro, o clamor daqueles que necessitam de sua assistência
Doenças, pragas e pestes envolvem o mundo e suas funções estão postas em prova
A Farmácia é seu solene castelo imperial, e dela será sempre seu guardião



Trabalho e serenidade estarão presentes no seu pergaminho de formulações, pois este será seu mapa de orientação
Várias vezes, sobrepujará em suas cabeças o véu da incerteza, mentalidades infrutíferas tentarão abalar seus conceitos, indiferença e ausência de reconhecimento farás tu mesmo duvidar de suas reais dimensões



Neste momento, a meditação e seu propósito de vida trará de volta a radiante luz da inspiração
E as expectativas herdarão novos motivos para acreditar
Caminhos novos serão traçados e cavalgarás por nações, religiões, culturas e raças e em todas elas levará seu legado, legítimo e verdadeiro



Liberta-te das correntes do comodismo e assuma seu papel, ó farmacêutico !
Pois tu és o cavaleiro do medicamento
Faça da educação sua espada
Da honra seu escudo
E da ética, sua eterna armadura!

(Ricardo Ferreira Nantes - Farmacêutico bioquímico)


Contagem de Reticulócitos

Aula prática de Hematologia


A contagem de reticulócitos é o método mais simples para estudo da função eritropoética.
Os reticulócitos são eritrócitos jovens, recém-liberados pela medula óssea e que ainda contém o RNA ribossômico.
Não é fundamental que o exame de reticulócitos seja realizado durante a hemorragia, somente depois de 3 a 4 dias (período de produção da eritropoiese nesses casos), o reticulócito só é lançado no sangue periférico depois do 3º dia, tal exame após esse período, é importante para verificar se houve resposta da medula óssea na eritropoiese.
A função do exame de reticulócitos, é verificar a atividade da medula óssea em relação à eritropoiese (funcionamento da medula na produção de eritrócitos). 
O valor de referencia dos reticulócitos é de 0,5% a 1,5%, no sangue periférico. 
A coloração é realizada com azul de cresil brilhante, também conhecida como supravital. Esse corante evidencia as organelas.

Materiais e Reagentes:

  • Lâmina de vidro;
  • Lâminas distensoras;
  • Corante Azul de cresil brilhante;
  • Tubos de ensaio;
  • Banho-maria à 37°C;
  • Microscópio óptico;
  • Óleo de Imersão.


Procedimento:
  • Colocar o sangue no tubo de hemólise na proporção de 1:1, ou seja, partes iguais de corante e sangue (colhido por punção venosa com anticoagulante) em tubos de ensaio (gotas)
  • Homogeneizar e colocar em banho-maria á 37°C por 10 minutos.
  • Retirar do banho-maria. Agitar e retirar uma gota para fazer uma lâmina (para leitura na objetiva).
  • Secar e examinar ao microscópio sob imersão.
  • Contar 10 campos, anotando o número de reticulócitos encontrados.
  • Expressar o resultado em percentagem e número absoluto. (O material contado é o que são as bolinhas azuis que contém tipo uma estrela dentro da hemácia).
  • Opcionalmente pode-se fazer coloração de fundo por Giemsa.
OBS: Referência varia de 0,5 a 1,5 % do total do número de hemácias.


Cálculos:          Reticulócitos em 10 campos
                    ------------------------------------------- = % de reticulócitos
                                               10
                                            

                                ou


         % de reticulócitos x Hm/ml
         ------------------------------------------- = reticulócitos/ml de sangue
                               100

Interpretação
O resultado é expresso em percentual e em número absoluto em relação a população de eritrócitos. Sua contagem serve para avaliar de forma efetiva a produção de eritrócitos, sendo útil no controle terapêutico, no diagnóstico diferencial e na classificação das anemias.

Valores normais:

  • No adulto.............................0,5 a 1,5% ou 25.000 a 75.000/mm3 sangue
Obs.: estes valores aparecem discretamente aumentados na gravidez.
  • Recém-nascidos possuem maior numero de reticulócitos. O exame também é solicitado em casos de hemorragia e anemias hemolíticas (quando as hemácias são destruídas em grande quantidade).


Contagem de reticulócitos corrigida
Um paciente com um determinado grau de anemia deve ter a sua contagem de reticulócitos corrigida para que se determine o número de reticulócitos de acordo com o grau de anemia, o que muitas vezes mostra que uma contagem de reticulócitos normal pode estar tendo uma representatividade baixa para o paciente.

Veja a técnica e um exemplo:
Porcentagem de reticulócitos x hct do paciente
                                  Hct normal
Sabendo que um hematócrito considerado normal tem valor igual a 45% que representa a porcentagem da parte sólida do sangue e supondo que na contagem convencional a porcentagem de reticulócitos deste paciente tenha dado 1,2% e seu hematócrito 29:
Índice de reticulócitos = 1,2 x 29 = 0,77
                                               45
O que parecia uma contagem normal igual a 1,2% de reticulócitos passou a ser uma contagem abaixo do normal.

Causas de reticulocitoses
1. Esferocitose
2. Drepanocitose
3. Eritroblastose Fetal
4. Anemia aguda pós-hemorrágica
5. Anemia hemolítica autoimune adquirida
6. Hemoglobinúria Paroxística noturna
7. Resposta terapêutica satisfatória nas anemias carenciais

Causas de reticulopenias
1. Anemia Aplástica
2. Crise aplástica de anemia hemolítica
3. Anemias Megaloblásticas
A Reticulocitose é um bom índice da resposta terapêutica das anemias por carência de fatores hematopoiéticos.
Uma anemia ferropriva responde à administração de ferro com reticulocitose até a sua inteira correção.
Reticulocitose na ausência de perdas sanguíneas ou tratamento de estados carenciais com ferro, folatos ou vitamina B12 é bastante indicativo de hemólise.



Leia também:


FONTE

  • http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Eritropoese&lang=3 
  • http://pt.wikipedia.org/wiki/Hematopoiese 
  • http://pt.wikipedia.org/wiki/Eritr%C3%B3cito
  • http://pt.slideshare.net/andersongalvao2012/resumo-hemato
  • http://hematologiacarlao.blogspot.com.br/2009/03/contagem-de-reticulocitos-e-plaquetas.html
  • http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAw-0AF/contagem-reticulocitos

Tabela para dispensação de antiparkinsonianos e anticonvulsivantes


Portaria n.º 344, de 12 de maio de 1998: 
Art. 59 A quantidade prescrita de cada substância constante da lista "C1" (outras substâncias sujeitas a controle especial) e “C5” (anabolizantes), deste Regulamento Técnico e de suas atualizações, ou medicamentos que as contenham, ficará limitada a 5 (cinco) ampolas e para as demais formas farmacêuticas, a quantidade para o tratamento correspondente a no máximo 60 (sessenta) dias. 


Parágrafo único. No caso de prescrição de substâncias ou medicamentos antiparkinsonianos e anticonvulsivantes, a quantidade ficará limitada até 6 (seis) meses de tratamento. 



Porém, a lei não especifica quais são esses medicamentos. Essa tabela foi feita pelo pessoal da ALFAJEQ:


Obs.: Os medicamentos em negrito não são referência, segundo lista oficial da Anvisa, mas são os únicos com esta substância no mercado.


FONTE
  • http://www.anvisa.gov.br/hotsite/talidomida/legis/Portaria_344_98.pdf
  • https://www.facebook.com/photo.php?fbid=638286969540682&set=a.584227948279918.1073741833.489873574382023&type=1&relevant_count=1
  • http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/344_98.htm
  • http://www.slideshare.net/marinezesper/material-dispensao-de-produtos-controlados-verso-2
  • http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/08ea74804e47534cb197b3c09d49251b/Lista+A+Farmacos+Isolados_22_01_2013.pdf?MOD=AJPERES
  • http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/861bda004e62dd719e7dded762e8a5ec/Lista+B+Associações.pdf?MOD=AJPERES 
  • http://consultaremedios.com.br/

Cuidados com a Água para consumo humano

Ao utilizar água de poço, rios (que não seja da distribuição pública, ou seja, tratada) ou durante uma inundação é possível que a água e os alimentos não estejam em condições adequadas de consumo, exigindo, desta forma, procedimentos básicos para garantir sua qualidade para o consumo.
Sempre filtre (com filtro doméstico, coador de papel ou pano limpo) e ferva a água antes de beber. A fervura da água elimina bactérias, vírus e parasitas que podem causar doenças; por isso, é o método preferencial para tratamento da água de consumo humano. 
Caso não seja possível ferver, obtenha água de uma fonte que não tenha sido contaminada por esgoto e realize a filtração e coloque hipoclorito de sódio (2,5%).
http://media.fazfacil.com.br/2012/10/mat_agua.gif

Quais são as doenças mais comuns relacionadas com a água contaminada?
  • Intoxicação causadas por agentes químicos;
  • Febre tifóide;
  • Cólera;
  • Hepatite A;
  • Sintomas mais comuns: diarréias, vômitos, febre e dores abdominais.

Utilização do Hipoclorito de sódio 2,5%

A água pode transmitir doenças para as pessoas, especialmente para as crianças. Quando por exemplo, a origem da água é duvidosa ou uma cisterna é mal construída, é necessário protegê-la de possíveis contaminações e ainda desinfetar a água do poço. O melhor desinfetante para a água de consumo humano é o hipoclorito de sódio 2,5% e uma maneira prática de aplicá-lo é através do uso de cloradores por difusão.
O Hipoclorito de sódio 2,5% pode ser comprado nos mercados, quitandas, sacolão ou farmácias.

Preparo de Água para Consumo Humano:

Diluição: 2 gotas de Hipoclorito de sódio 2,5% a cada 1 litro de água filtrada;
  • Deixar repousar por 30 minutos.

CUIDADOS IMPORTANTES:

  1. Ferver a água de 1 a 5 minutos;
  2. Filtre a água e clore a água da parte inferior do filtro adicionando 2 gotas de água sanitária para cada litro de água;
  3. Nunca beber água não potável;
  4. Beber água filtrada e clorada;
  5. Lavar sempre as mãos antes das refeições;
  6. Use um filtro central e clore a água filtrada, no reservatório;
  7. Mantenha o filtro sempre limpo. Use SOMENTE água corrente para lavar as velas dos filtros domésticos, trocando-as quando estiverem gastas;
  8. Para cloração a ser realizada na sua caixa d’água, a mesma deve estar limpa. A aplicação do produto deve ser feita diariamente;
  9. Na cisterna use o clorador por difusão.

Recipientes para armazenamento de água
Diluição: 15ml de Hipoclorito de sódio 2,5% a cada 1 litro de água filtrada
  1. Lavar o recipiente com água e sabão;
  2. Enxaguar o recipiente;
  3. Misture o hipoclorito de sódio (2,5%) com a água (conforme diluição 
  4. acima) e jogue no recipiente; 
  5. Cubra o recipiente e agite a solução para que toque todas as superfícies 
  6. interiores;
  7. Deixe o recipiente coberto por 30 minutos; 
  8. Enxágüe com a água para consumo humano.

Lavagem habitual de frutas, verduras e legumes:
Diluição: 15ml de Hipoclorito de sódio 2,5% a cada 1 litro de água filtrada
  1. Lavar com água para consumo humano e sabão;
  2. Enxaguar com água para consumo humano;
  3. Desinfete usando a solução de hipoclorito de sódio 2,5% e água;
  4. Deixar secar naturalmente.


Embalagens, superfícies, pisos e utensílios domésticos que entraram em contato com a água da enchente:
Diluição: 200ml de Hipoclorito de sódio 2,5% a cada 800ml de água.

  1. Para utensílios: lavar normalmente e depois mergulhar os objetos na solução por uma hora;
  2. Pisos, paredes, bancadas, etc: umidecer um pano na solução e passar nas superfícies e deixar secar naturalmente.

Instruções para limpeza de uma caixa d'água
  1. Feche o registro impedindo que entre água na caixa d'água;
  2. Esvazie a caixa d'água abrindo todas as torneiras da casa;
  3. Quando a caixa estiver quase vazia, tampe as saídas para que a água suja que restou seja usada na limpeza e para que a sujeira não desça pelo cano. Esfregue as paredes e o fundo da caixa;
  4. Use somente panos e escova para a limpeza (nunca use sabão, detergente ou outros produtos de limpeza);
  5. Retire a água e o material que restaram da limpeza usando pá, balde e panos, deixando a caixa totalmente limpa;
  6. Deixe entrar água na caixa até encher, colocando um litro de água sanitária para cada mil litros de água;
  7. Não use de forma alguma esta água nas duas horas seguintes;
  8. Passadas estas duas horas feche o registro ou a bóia de entrada para não entrar água na caixa;
  9. Esvazie a caixa pelas torneiras usando esta água para limpar e desinfetar os canos;
  10. Tampe a caixa para que não entre pequenos animais e poeira;
  11. Anote do lado de fora a data da limpeza;
  12. Finalmente abra a entrada de água. Esta água já pode ser usada.


Água Sanitária: Soluções aquosas à base de hipoclorito de sódio ou cálcio, com teor de cloro ativo entre 2,0 a 2,5% p/p, durante o prazo de validade (máximo de 6 meses). Produto poderá conter apenas hidróxido de sódio ou cálcio, cloreto de sódio ou cálcio e carbonato de sódio ou cálcio como estabilizante. Pode ter ação como alvejante e de desinfetante de uso geral.
Para uso na água de consumo humano é utilizado a água sanitária à base de hipoclorito de sódio.


Você sabia?
O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. O dia 22 de março, de cada ano, é destinado a discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural.




FONTE


  • http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hidrica/folder/agua_folder_novo.pdf
  • http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/cuidados_agua_consumo_humano_2011.pdf
  • http://cadernodefarmacia.blogspot.com/2012/12/norma-de-qualidade-da-agua-para-consumo_8150.html
  • http://www.cban.com.br/v2/?p=388
  • http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/A3.html
  • http://www.ct.gov/dph/lib/dph/drinking_water/pdf/water_boil_faq_brazilian_portuguese.pdf
  • http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/Anvisa+Portal/Anvisa/Inicio/Saneantes/Assunto+de+Interesse/Tipos+de+Produto/Agua+Sanitaria
  • http://www.tuasaude.com/hipoclorito-de-sodio/

Toxina Botulínica

A Toxina Botulínica ( Clostridium botulinum ) é uma exotoxina bacterianas, ao lado da toxina tetânica e da diftérica. É um dos venenos mais potentes. O tratamento com a antitoxina só é eficaz se realizado precocemente. Ocasiona paralisia dos músculos respiratórios, podendo levar a morte. A dose letal para adultos é de 0,000003 mg (3 x 10-6).



http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Clostridium+Botulinum&lang=3

As toxinas botulínicas são produzidas pela bactéria anaeróbia esporulada Clostridium botulinum. São bastonetes Gram-positivas e formam Neurotoxinas termossensíveis ou termolábeis.

MECANISMO DE AÇÃO

A toxina liga-se à membrana pré-sináptica colinérgica e cliva proteínas envolvidas na exocitose da acetilcolina.

A toxina botulínica (TB) provoca paralisação muscular inibindo a acetilcolina na junção neuromuscular (JNM) e provocando denervação química.

O mecanismo de inibição da liberação de acetilcolina segue um processo de três etapas:
  • A etapa inicial é a ligação da toxina a receptores específicos localizados no neurônio pré-sináptico da JNM. Embora a toxina seja mais específica para os receptores terminais da unidade motora, a ligação ocorre também nos gânglios colinérgicos autônomos, mas a um grau muito menor. Como resultado, apenas grandes exposições à TB estão associadas com efeitos simpáticos. A TB é normalmente incapaz de cruzar a barreira hematoencefálica e geralmente não exerce nenhum efeito no sistema nervoso central. O tempo “in vivo” necessário para a ligação da toxina a esses receptores é desconhecido, mas tem sido estimado em pelo menos 30 minutos. 
  • A segunda etapa envolve a internalização da toxina ligada no citosol nervoso por meio da endocitose mediada pelo receptor dependente de energia. 
  • Contudo, é no citoplasma no neurônio-alvo que ocorre a terceira etapa do envenenamento, a inibição da liberação de acetilcolina. Esse é um processo enzimático que requer o zinco como um co-fator. A TB é uma metaloendoprotease de zinco altamente conservada que inativa (por meio de clivagem enzimática) componentes específicos do mecanismo neuroexocitótico.


http://www.actafisiatrica.org.br/imagebank/images/v16n1a05-fig08b.jpg


SEROTIPOS

Oito serotipos distintos de toxina botulínica foram isolados. Sete serotipos (neurotoxinas) foram purificados e classificados de A a G. A toxina do tipo A é reconhecida como a mais potente. Os serotipos B e F também estão sendo estudados e explorados para fins terapêuticos. 
  • Tipos A, B, E, F e G causam doença em humanos;
  • Tipo C alfa e beta: causam botulismo em aves, gado e outros animais;
  • Tipo D: associado com intoxicações por ingestão de forragens pelo gado.

Todas as toxinas botulínicas são termolábeis e podem ser inativadas por ebulição.

A Toxina botulínica A (TBA) é uma mistura de 880 K Dalton de proteínas não tóxicas e a neurotoxina toxina botulínica. A neurotoxina toxina botulínica consiste em duas subunidades: uma cadeia pesada de 100 K Dalton e uma cadeia leve de 50 K Dalton. A seguir, os complexos resultantes se dimerizam para formar o composto. Esse dímero inibe a liberação das vesículas de Ach dos neurônios pré-sinápticos nas terminações nervosas colinérgicas sem destruí-las, produzindo um músculo funcionalmente denervado. O início dos sintomas, caracterizado por enfraquecimento do músculo estriado, começa tipicamente dois a três dias após a aplicação local de uma solução diluída. A DL50 para uma pessoa de 70 kg é estimada entre 2500 e 3000 unidades (aproximadamente 40 U/kg). 

Utilização:
  • Tratamento da Hiperidrose;
  • Blefarospasmos e outros espasmos locais;
  • Distúrbios espásticos generalizados;
  • Distonias;
  • Hipersudorese;
  • Estrabismo;
  • Cefaleia tensional;
  • Redução das linhas de expressão.

Doenças causadas pela bactéria:
  • Botulismo;
  • Blefarospasmo: Piscar excessivo; espasmo tônico ou clônico do músculo oculi orbicularis;
  • Gangrena Gasosa: invasão de músculos sadios por bactérias adjacentes a músculo ou tecido mole traumatizados;
  • Enterocolite Pseudomembranosa: Inflamação aguda da mucosa intestinal;
  • Infecção dos Ferimentos: A invasão do local de trauma por microrganismos patogênicos;
  • Infecções por Clostridium: As infecções por bactérias do gênero clostridium.

O BOTULISMO


É uma doença causada por potentes neurotoxinas proteicas produzidas por clostridium botulinum que interferem com a liberação pré-sináptica de acetilcolina na junção neuromuscular. Entre as características clínicas estão dor abdominal, vômitos, PARALISIA aguda (incluindo paralisia respiratória), visão embaçada e diplopia. (Tradução livre do original: Adams et al., Principles of Neurology, 6th ed, p1208)

Subtipos:
  • botulismo alimentar; 
  • botulismo por ferimentos; 
  • botulismo intestinal;
  • Outras formas: Uso terapêutico ou estético, bioterrorismo, Manipulação de material contaminado, em laboratório.

Sintomas:
  • Paralisia motora progressiva;
  • ressecamento da boca;
  • turvação da visão;
  • dificuldade de deglutição;
  • paralisia respiratória.


FONTE

  • http://www.uff.br/farmacobiomed/colinergicos.pdf
  • http://www.ordemfarmaceuticos.pt/xFiles/scContentDeployer_pt/docs/Doc6253.pdf
  • http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?id_materia=1693&fase=imprime
  • http://www.saude.rs.gov.br/upload/20120403161628agente_seminario_botulismo.pdf
  • http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=Botulismo&lang=3
  • http://www.icb.ufrj.br/media/BMF320_noturno/SNA%20colinergico.pdf
  • http://www.denisesteiner.com.br/publicacoes/toxina_botulinica_cosmetics.htm

HPV: papiloma vírus


O HPV é capaz de infectar a pele ou as mucosas e possui mais de 100 tipos. Do total, pelo menos 13 têm potencial para causar câncer. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 291 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV, sendo que 32% estão infectadas pelos tipos 16, 18 ou ambos. No Brasil, a cada ano, 685, 4 mil pessoas são infectadas por algum tipo do vírus.
Na figura ao lado veremos o papiloma humano (VPH ou HPV, do inglês human papiloma virus).

Infecção pelo HPV

A infecção pelo HPV é muito frequente, mas transitória, regredido espontaneamente na maioria das vezes. No pequeno número de casos nos quais a infecção persiste e, especialmente, é causada por um tipo viral oncogênico (com potencial para causar câncer), pode ocorrer o desenvolvimento de lesões precursoras, que se não forem identificadas e tratadas podem progredir para o câncer, principalmente no colo do útero, mas também na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca.

O HPV e o câncer

Pelo menos 13 tipos de HPV são considerados oncogênicos, apresentando maior risco ou probabilidade de provocar infecções persistentes e estar associados a lesões precursoras. Dentre os HPV de alto risco oncogênico, os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero.

Já os HPV 6 e 11, encontrados em 90% dos condilomas genitais e papilomas laríngeos, são considerados não oncogênicos.

Como os HPV são transmitidos?

  • A transmissão do vírus se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada.
  • A principal forma é pela via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Assim sendo, o contágio com o HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal.
  • Também pode haver transmissão durante o parto.
  • Não está comprovada a possibilidade de contaminação por meio de objetos, do uso de vaso sanitário e piscina ou pelo compartilhamento de toalhas e roupas íntimas.

Manifestações da infecção pelo HPV

Estima-se que somente cerca de 5% das pessoas infectadas pelo HPV desenvolverá alguma forma de manifestação.
A infecção pode se manifestar de duas formas: clínica e subclínica.
Condiloma acuminado
  • As lesões clínicas se apresentam como verrugas ou lesões exofíticas, são tecnicamente denominadas condilomas acuminados e popularmente chamadas "crista de galo", "figueira" ou "cavalo de crista". Têm aspecto de couve-flor e tamanho variável. Nas mulheres podem aparecer no colo do útero, vagina, vulva, região pubiana, perineal, perianal e ânus. Em homens podem surgir no pênis (normalmente na glande), bolsa escrotal, região pubiana, perianal e ânus. Essas lesões também podem aparecer na boca e na garganta em ambos os sexos.
  • As infecções subclínicas (não visíveis ao olho nu) podem ser encontradas nos mesmos locais e não apresentam nenhum sintoma ou sinal. No colo do útero são chamadas de Lesões Intra-epiteliais de Baixo Grau/Neoplasia Intra-epitelial grau I (NIC I), que refletem apenas a presença do vírus, e de Lesões Intra-epiteliais de Alto Grau/Neoplasia Intra-epitelial graus II ou III (NIC II ou III), que são as verdadeiras lesões precursoras do câncer do colo do útero.
O desenvolvimento de qualquer tipo de lesão clínica ou subclínica em outras regiões do corpo é raro.
Não se sabe por quanto tempo o HPV pode permanecer inaparente e quais são os fatores responsáveis pelo desenvolvimento de lesões. As manifestações da infecção podem só ocorrer meses ou até anos depois do contato. Por esse motivo não é possível determinar se o contágio foi recente ou antigo.


Como a infecção pelo HPV é diagnosticada em homens e mulheres?

A investigação diagnóstica da infecção latente pelo HPV, que ocorre na ausência de manifestações clínicas ou subclínicas, só pode atualmente ser realizada por meio de exames de biologia molecular, que mostram a presença do DNA do vírus. Entretanto, não é indicado procurar diagnosticar a presença do HPV, mas sim suas manifestações.
O diagnóstico das verrugas ano-genitais pode ser feito em homens e em mulheres por meio do exame clínico.
As lesões subclínicas podem ser diagnosticadas por meio de exames laboratoriais (citopatológico, histopatológico e de biologia molecular) ou do uso de instrumentos com poder de magnificação (lentes de aumento), após a aplicação de reagentes químicos para contraste (colposcopia, peniscopia, anuscopia).

Qual o tratamento para a infecção pelo HPV?

Não há tratamento específico para eliminar o vírus.
O tratamento das lesões clínicas deve ser individualizado, dependendo da extensão, número e localização. Podem ser usados laser, eletrocauterização, ácido tricloroacético (ATA) e medicamentos que melhoram o sistema de defesa do organismo.
As lesões de baixo grau não oferecem maiores riscos, tendendo a desaparecer mesmo sem tratamento na maioria das mulheres. A conduta recomendada é a repetição do exame preventivo em seis meses.
O tratamento apropriado das lesões precursoras é imprescindível para a redução da incidência e mortalidade pelo câncer do colo uterino. As diretrizes brasileiras recomendam, após confirmação colposcópica ou histológica, o tratamento excisional das Lesões Intra-epiteliais de Alto Grau, por meio de exérese da zona de transformação (EZT) por eletrocirurgia.
Só o médico, após a avaliação de cada caso, pode recomendar a conduta mais adequada.

Após passar por tratamento, a pessoa pode se reinfectar?

Sim. A infecção por HPV pode não induzir imunidade natural e, além disso, pode ocorrer contato com outro tipo viral.

Vacina contra o HPV

Existem duas vacinas profiláticas contra HPV aprovadas e registradas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e que estão comercialmente disponíveis: 

  • A vacina quadrivalente, da empresa Merck Sharp & Dohme (nome comercial Gardasil), que confere proteção contra HPV 6, 11, 16 e 18.
  • E a vacina bivalente, da empresa GlaxoSmithKline (nome comercial Cervarix), que confere proteção contra HPV 16 e 18.

A eficácia da vacina contra HPV foi comprovada em homens para prevenção de condilomas genitais e lesões precursoras de câncer no pênis e ânus.
As vacinas são preventivas, tendo como objetivo evitar a infecção pelos tipos de HPV nelas contidos.
  • A vacina quadrivalente está aprovada no Brasil para prevenção de lesões genitais pré-cancerosas de colo do útero, vulva e vagina e câncer do colo do útero em mulheres e verrugas genitais em mulheres e homens, relacionados ao HPV 6, 11, 16 e 18.
  • A vacina bivalente está aprovada para prevenção de lesões genitais pré-cancerosas do colo do útero e câncer do colo do útero em mulheres, relacionados ao HPV 16 e 18.
Ambas são recomendadas em três doses, por via intramuscular:
  • A vacina quadrivalente tem esquema vacinal 0, 2 e 6 meses e, caso seja necessário um esquema alternativo, a segunda dose pode ser administrada pelo menos um mês após a primeira dose e a terceira dose pelo menos quatro meses após a primeira dose.
  • o colo do útero e câncer do colo do útero em mulheres, relacionados ao HPV 16 e 18. A vacina bivalente tem esquema 0, 1 e 6 meses, podendo ter a segunda dose administrada entre um mês e dois meses e meio após a primeira dose e a terceira dose entre cinco e 12 meses após a primeira dose.
Nenhuma das vacinas é terapêutica, ou seja, não há eficácia contra infecções ou lesões já existentes.

Após o início da atividade sexual a possibilidade de contato com o HPV aumenta progressivamente: 25% das adolescentes apresentam infecção pelo HPV durante o primeiro ano após iniciação sexual e três anos depois esse percentual sobe para 70%.

Não há, até o momento, evidência científica de benefício estatisticamente significativo em vacinar mulheres previamente expostas ao HPV. Isso quer dizer que algumas mulheres podem se beneficiar e outras não. Nesses casos a decisão sobre a vacinação deve ser individualizada, levando em conta as expectativas e a relação custo-benefício pessoal.
Não existe risco à saúde caso uma pessoa que já tenha tido contato com o HPV for vacinada.

Existem contra-indicações para a vacinação?

A vacina está contra-indicada para gestantes, indivíduos acometidos por doenças agudas e com hipersensibilidade aos componentes (princípios ativos ou excipientes) de imunobiológicos.
Há pouca informação disponível quanto à segurança e imunogenicidade em indivíduos imunocomprometidos.

Leia também:


FONTE

  • http://www.brasil.gov.br/saude/2013/09/cobertura-da-vacina-hpv-sera-ampliada-a-partir-de-2014
  • http://blog.planalto.gov.br/vacina-contra-hpv-passa-a-fazer-parte-do-calendario-de-vacinacao/trackback/
  • http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=2687
  • http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2014-02/maioria-dos-estados-se-prepara-para-imunizacao-contra-o-hpvhttp://boaforma.abril.com.br/comportamento/saude-mulher/tira-duvidas-vacina-hpv-635297.shtml
  • http://spacesaude.com.br/wp-content/uploads/2011/07/hpv31.png