Calendário de Vacinação 2016

A Nota Informativa N° 149, de 2015, anunciada pelo Ministério da Saúde, com apoio da Secretaria de Vigilância em Saúde e do Departamento de Vigilância das Doenças 

Transmissíveis, traz mudanças no Calendário Nacional de Vacinação para o ano de 2016.

MUDANÇAS NO CALENDÁRIO


Foram alteradas doses de reforço para vacinas infantis contra meningite e pneumonia, além do esquema vacinal da poliomielite
Hepatite B
A oferta será ampliada à população, independentemente da idade ou condições de vulnerabilidade. Com o aumento da expectativa e qualidade de vida da população idosa, que, agora, tem atividade sexual em ascensão, a probabilidade de doenças sexualmente transmissíveis aumenta.

Poliomielite
Ocorrerá a substituição da terceira dose, administrada atualmente com a vacina oral poliomielite (VOP), pela vacina inativada poliomielite  injetável (a partir de janeiro).

Pneumocócica 10 valente 
Adotará o esquema básico de duas doses (aos 2 e 4 meses) e reforço preferencialmente aos 12 meses, podendo ser administrado até os 4 anos de idade.

Hepatite A
Será administrada aos 15 meses de idade (antes era aos 12 meses)

Papiloma vírus humano (HPV)
Será apenas duas doses (0 e 6 meses) em meninas  de 09 a 13 anos, não sendo necessária a administração da terceira dose. 

Meningocócica C (conjugada)
Deverá ser administrada, no primeiro reforço (R1), preferencialmente aos 12 meses (podendo ser feito aos 4 anos).



CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO


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BIBLIOGRAFIA
  • http://www.brasil.gov.br/saude/2016/01/calendario-de-vacinacao-atualizado-ja-esta-em-vigor
  • http://www.infectologia.org.br/calendario-nacional-de-vacinacao-para-2016-sofre-alteracoes/
  • http://www.cvpvacinas.com.br/pdf/nota_informativa_149.pdf

Maria da Penha - A farmacêutica e a lei

Maria da Penha formou-se em Farmácia e Bioquímica em 1966, na primeira turma da Universidade Federal do Ceará. Na época em que cursava pós-graduação na Universidade de São Paulo (USP) conheceu o homem que, tempos depois, se tornaria seu marido (professor universitário Marco Antonio Herredia Viveros) e pai de suas três filhas. Ao conhecê-lo, Maria da Penha nunca poderia imaginar no que ele se transformaria.

A Lei 11.340 de 07 de Agosto de 2006, conhecida como Lei Maria da Penha, ganhou este nome em homenagem à Maria da Penha Maia Fernandes, que por vinte anos lutou para ver seu agressor preso. 

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Uma mulher quando escolhe um homem, ela quer que seja para sempre”, declarou em um dos seus vários depoimentos. Simpático e solícito no início do casamento, Marco Viveros começou a mudar depois do nascimento da segunda filha que, segundo relatos de Maria da Penha, coincidiu com o término do processo de naturalização (Viveros era colombiano) e o seu êxito profissional. No segundo ano de matrimônio, ao conseguir a naturalização, o colombiano mostrou sua verdadeira face: um homem agressivo e violento. 

Como era uma profissional capacitada, com mestrado em ciências farmacêutica e independência financeira, Maria da Penha pediu separação. Ele, claro, não quis. Na verdade, planejava um outro fim para a relação. Foi a partir daí que as agressões se iniciaram e culminaram com um tiro em uma noite de maio de 1983. A versão dada pelo então marido é que assaltantes teriam sido os autores do disparo. Depois de quatro meses passados em hospitais e diversas cirurgias, Maria da Penha voltou para casa e sofreu mais uma tentativa de homicídio: o marido tentou eletrocutá-la durante o banho. Neste período, as investigações apontaram que Marco Viveros foi de fato autor do tiro que a deixou em uma cadeira de rodas.

Sob a proteção de uma ordem judicial, Maria da Penha conseguiu sair de casa, sem que isso significasse abandono do lar ou perda da guarda de suas filhas. E, apesar das limitações físicas, iniciou a sua batalha pela condenação do agressor.
Apesar da investigação ter começado em junho do mesmo ano, a denúncia só foi apresentada ao Ministério Público Estadual em setembro do ano seguinte e o primeiro julgamento só aconteceu 8 anos após os crimes. Em 1991, os advogados de Viveros conseguiram anular o julgamento. Já em 1996, Viveros foi julgado culpado e condenado há dez anos de reclusão mas conseguiu recorrer. 

Mesmo após 15 anos de luta e pressões internacionais, a justiça brasileira ainda não havia dado decisão ao caso, nem justificativa para a demora. Com a ajuda de ONGs, Maria da Penha conseguiu enviar o caso para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (OEA), que, pela primeira vez, acatou uma denúncia de violência doméstica. Viveiro só foi preso em 2002, para cumprir apenas dois anos de prisão. 

O processo da OEA também condenou o Brasil por negligência e omissão em relação à violência doméstica. Uma das punições foi a recomendações para que fosse criada uma legislação adequada a esse tipo de violência. E esta foi a sementinha para a criação da lei. Um conjunto de entidades então reuniu-se para definir um anti-projeto de lei definindo formas de violência doméstica e familiar contra as mulheres e estabelecendo mecanismos para prevenir e reduzir este tipo de violência, como também prestar assistência às vítimas. 

Em setembro de 2006 a lei 11.340/06 finalmente entra em vigor, fazendo com que a violência contra a mulher deixe de ser tratada com um crime de menos potencial ofensivo. A lei também acaba com as penas pagas em cestas básicas ou multas, além de englobar, além da violência física e sexual, também a violência psicológica, a violência patrimonial e o assédio moral.

“A principal finalidade da lei não é punir os homens. É prevenir e proteger as mulheres da violência doméstica e fazer com que esta mulher tenha uma vida livre de violência”.
O caso de Maria da Penha foi incluído pela ONU Mulheres entre os dez que foram capazes de mudar a vida das mulheres no mundo.
O grande problema é que muitos dos casos nem chegam à virar denúncia. A vítima não formaliza a queixa ou desiste do processo no meio do caminho. Outras, simplesmente se calam. E, como dizia o líder negro norte-americano Martin Luther King – frase que, aliás, Maria da Penha, gosta de usa para sintetizar sua luta: “O que me preocupa não é o grito dos violentos, mas o silêncio dos bons”.


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FONTE:
  • http://www.observe.ufba.br/lei_mariadapenha
  • http://consultorelder.jusbrasil.com.br/artigos/233157251/quem-e-maria-da-penha-maia-fernandes
  • http://v1.sigajandira.com.br/2010/07/23/a-historia-da-farmaceutica-cearense-maria-da-penha-simbolo-da-luta-contra-a-violencia/

Interações medicamentosas com a Toranja


A toranja, ou grapefruit em inglês, é o resultado do cruzamento do pomelo com a laranja. A fruta é uma “laranja” gigante, de polpa vermelha e sabor amargo, costuma aparecer nos supermercados brasileiros entre os meses de janeiro e março, quando é o auge da sua safra na Argentina, que é o principal produtor e exportador na América Latina. É conhecida também como: jamboa, laranja-melancia, pamplemussa, laranja vermelha, laranja-romã. 
Pomelo (Citrus maxima)

Laranja (Citrus sinensis)
Toranja (Citrus paradisi)
É uma fruta medicinal utilizada em forma de suplemento em dietas com ingestão de baixas calorias, pois auxilia na queima de gorduras e emagrecimento. Aumenta a circulação, estimula o sistema linfático, possui um efeito de limpeza nos rins e pode ajudar a regular o peso corporal. 
Os nutricionistas orientam que consumir um copo de suco de toranja ou de limão por dia ajudará a obter mais qualidade de vida. Vejamos alguns detalhes:
  • Fonte essencial de vitaminas B1, B2, B3, B5, B6 e E
  • Fortalece os vasos sanguíneos
  • Melhora as varizes
  • Rico em vitamina C, betacaroteno e bioflavonoides
  • Melhora os problemas circulatórios
  • Previne contra o risco de câncer
  • Reduz o colesterol
  • Elimina as toxinas, melhora a função digestiva e renal
  • É anti-hemorrágica
  • Melhora a inflamação de próstata
  • Ideal para fortalecer cabelo e unhas
  • Estimula a produção de glóbulos brancos
  • Elimina parasitas intestinais
  • Regula a tensão
Somente pessoas saudáveis, que não fazem uso de determinados medicamentos, podem consumi-la sem riscos.

Toranja x Medicamentos

Apesar de rico em vitamina C e potássio, o consumo de toranja deve ser cauteloso, principalmente quando se está em uso de alguns medicamentos. Muitos alimentos podem modificar os efeitos dos fármacos, fundamentalmente por interferência no seu comportamento farmacocinético, designadamente nos processos de absorção, distribuição, metabolismo e excreção, ou no seu comportamento farmacodinâmico. No caso da Toranja, ela é capaz de aumentar ou diminuir a disponibilidade dos fármacos no sangue, o que pode ser muito perigoso. Fazer uso de medicamento com toranja em momentos diferentes pode diminuir a interação. As enzimas do CYP450, encontradas no intestino e no fígado, podem ficar bloqueadas depois de comer ou beber toranja, às vezes por mais de 24 horas.
Várias furanocumarinas presentes na fruta foram identificadas como inibidoras das enzimas do citocromo P450 CYP3A. 

Um simples copo de 200 ml do suco causa diminuição significativa no metabolismo dos substratos das enzimas CYP3A. Os medicamentos administrados por via oral que são substratos para CYP3A e têm baixa biodisponibilidade, devido ao extenso metabolismo entérico de primeira passagem, são susceptíveis a interação com suco de toranja. Pode causar efeitos colaterais graves, como hemorragia gastrointestinal, insuficiência renal, problemas respiratórios e até morte súbita. Mesmo que os medicamentos forem administrados apenas uma vez ao dia, não pode ser separado do efeito com a toranja. Porém, nem todas as drogas em uma determinada classe de medicamentos têm essas interações, de modo geral o seu médico pode selecionar um medicamento alternativo.
Além da ação do suco de toranja nas enzimas CYP3A, há cada vez mais evidências de que ele também interfere na atividade de transportadores de efluxo e influxo no intestino.

Mais de 85 medicamentos, muitos deles bastante prescritos para transtornos médicos comuns, interagem com essa fruta. Algumas das interações com Toranja mais comuns incluem medicamentos: 
  • Estatinas (para o controle do colesterol): atorvastatina, lovastatina, simvastatina
  • Antiarrítmicos: amiodarona, dronedarona
  • Bloqueadores dos canais de cálcio (regulam a pressão alta): nifedipina, verapamil, felodipina
  • Antialérgicos: fexofenadina
  • Beta bloqueadores: atenolol, celiprolol, talinolol
  • Antibióticos: ciprofloxacin, levofloxacin

Fonte: http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/67/057a064_farmacoterapeutica.pdf 

Pesquisas com a Toranja

Apesar de existirem muitas interações medicamentosas com o uso concomitante com a toranja, pesquisadores da Universidade de Glasgow, no Reino Unido, identificaram moléculas presente na Toranja, os flavonóides, que podem entrar na elaboração de um futuro tratamento contra doenças cardiovasculares.
Os flavonóides são moléculas encontradas naturalmente em frutas cítricas e especialmente na toranja. Os cientistas da Universidade de Glasgow conseguiram demonstrar que elas eram eficazes na diminuição de uma inflamação responsável por doenças cardíacas fatais. Esta descoberta permitiria “desenvolver uma nova geração de medicamentos anti-inflamatórios mais baratos, mais fáceis de produzir e menos tóxicos que os dos tratamentos atuais.

Produtos que contém toranja, no Brasil

O farmacêutico deve orientar os pacientes que fazem uso de algum dos medicamentos acima a evitarem o consumo da toranja e de seus derivados. No Brasil, existem alguns produtos que contêm suco de toranja, como as bebidas Schweppes Citrus® e Fanta Citrus®. O paciente deve ser orientado a estar atento à composição dos produtos, principalmente os cítricos, que for consumir, buscando as expressões “suco de toranja”, “suco de grapefruit” ou “suco de pomelo”.

BIBLIOGRAFIA

  • http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/67/057a064_farmacoterapeutica.pdf 
  • http://www.drugs.com/slideshow/grapefruit-drug-interactions-1028#slide-3 
  • http://www.ordemfarmaceuticos.pt/xFiles/scContentDeployer_pt/docs/doc2186.pdf 
  • http://www.plantasmedicinaisefitoterapia.com/toranja-citrus-paradisi.html 
  • http://www.cmaj.ca/content/suppl/2012/11/26/cmaj.120951.DC1/grape-bailey-1-at.pdf 
  • http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude/novo-tratamento-para-doencas-cardiacas-usa-a-grapefruit/ 
  • http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2013/01/02/conhecida-como-grapefruit-toranja-pode-ser-fatal-para-quem-toma-certos-medicamentos.htm 
  • http://www.einstein.br/blog/paginas/post.aspx?post=1354
  • http://melhorcomsaude.com/emagreca-toranja-grapefruit/
  • http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=sucos-de-frutas-devem-ser-evitados-ao-se-tomar-medicamentos&id=3409

Dia Internacional da Síndrome de Down

O Dia Internacional da Síndrome de Down foi proposto pela Down Syndrome International como o dia 21 de Março, porque esta data se escreve como 21/3 (ou 3-21), o que faz alusão à trissomia do 21. A primeira comemoração da data foi em 2006.
A Cor eletrônica (321000) foi proposta por Gaston Schwabacher. Também fazendo alusão à trissomia do 21.


Conhecendo um pouco mais sobre a Síndrome de Down

A síndrome de Down é a forma mais freqüente de retardo mental causada por uma aberração cromossômica microscopicamente demonstrável. É caracterizada por história natural e aspectos fenotípicos bem definidos. É causada pela ocorrência de três (trissomia) cromossomos 21, na sua totalidade ou de uma porção fundamental dele.
A presença de três cromossomas 21 no cariótipo é o sinal da síndrome de Down por trissomia 21. Este cariótipo mostra uma síndrome de Down adquirida por não-disjunção. 

História

Existem evidências de que crianças com Síndrome de Down tenham sido representadas na arte, mas a primeira descrição médica da Síndrome ocorreu apenas no século XIX.
Em 1862, o médico britânico John Langdon Down descreve a síndrome; baseado nas teorias racistas da época, ele atribui a causa a uma degeneração, que fazia com que filhos de europeus se parecessem com mongóis, e sugere que a causa da degeneração seria a tuberculose nos pais. Apesar do tom racista de Down, ele recomenda que as pessoas com a síndrome sejam treinadas, e que a resposta ao treinamento é sempre positiva.
Durante vários anos, os pais de crianças com Síndrome de Down recebiam a recomendação de entregar as crianças a instituições, que passariam a cuidar delas (pela vida toda).
O termo foi referido pela primeira vez pelo editor do The Lancet, em 1961. Era, até a data, denominado como mongolismo pela semelhança observada por Down na expressão facial de alguns pacientes seus e os indivíduos oriundos da Mongólia. Porém, a designação mongol ou mongolóide dada aos portadores da síndrome ganhou um sentido pejorativo e até ofensivo, pelo que se tornou banida no meio científico.
Na Segunda Guerra Mundial, pessoas com qualquer tipo de deficiência (física ou mental) foram exterminadas pelos nazistas, no programa chamado Aktion T4.
Atualmente, estima-se que entre 91% e 93% das crianças detectadas com Síndrome de Down antes do parto sejam abortadas.

Características Clínicas

A síndrome de Down, uma combinação específica de características fenotípicas que inclui retardo mental e uma face típica, é causada pela existência de três cromossomos 21 (um a mais do que o normal, trissomia do 21), uma das anormalidades cromossômicas mais comuns em nascidos vivos.
É sabido, há muito tempo, que o risco de ter uma criança com trissomia do 21 aumenta com a idade materna. Por exemplo, o risco de ter um recém-nascido com síndrome de Down, se a mãe tem 30 anos é de 1 em 1.000, se a mãe tiver 40 anos, o risco é de 9 em 1.000. Na população em geral, a freqüência da síndrome de Down é de 1 para cada 650 a 1.000 recém-nascidos vivos e cerca de 85% dos casos ocorre em mães com menos de 35 anos de idade.
As pessoas com síndrome de Down costumam ser menores e ter um desenvolvimento físico e mental mais lento que as pessoas sem a síndrome. A maior parte dessas pessoas tem retardo mental de leve a moderado; algumas não apresentam retardo e se situam entre as faixas limítrofes e médias baixa, outras ainda podem ter retardo mental severo.
Existe uma grande variação na capacidade mental e no progresso desenvolvimental das crianças com síndrome de Down. O desenvolvimento motor destas crianças também é mais lento. Enquanto as crianças sem síndrome costumam caminhar com 12 a 14 meses de idade, as crianças afetadas geralmente aprendem a andar com 15 a 36 meses. O desenvolvimento da linguagem também é bastante atrasado.
É importante frisar que um ambiente amoroso e estimulante, intervenção precoce e esforços integrados de educação irão sempre influenciar positivamente o desenvolvimento desta criança.
Embora as pessoas com síndrome de Down tenham características físicas específicas, geralmente elas têm mais semelhanças do que diferenças com a população em geral. As características físicas são importantes para o médico fazer o diagnóstico clínico; porém, a sua presença não tem nenhum outro significado. Nem sempre a criança com síndrome de Down apresenta todas as características; algumas podem ter somente umas poucas, enquanto outras podem mostrar a maioria dos sinais da síndrome.

Algumas das características físicas das crianças com síndrome de Down são:

  • achatamento da parte de trás da cabeça, 
  • inclinação das fendas palpebrais, 
  • pequenas dobras de pele no canto interno dos olhos, 
  • língua proeminente, 
  • ponte nasal achatada, 
  • orelhas ligeiramente menores, 
  • boca pequena, 
  • tônus muscular diminuído, 
  • ligamentos soltos, 
  • mãos e pés pequenos, 
  • pele na nuca em excesso.

Aproximadamente cinqüenta por cento de todas as crianças com a síndrome têm uma linha que cruza a palma das mãos (linha simiesca), e há, freqüentemente, um espaço aumentado entre o primeiro e segundo dedos do pé. Freqüentemente estas crianças apresentam mal-formações congênitas maiores.
As principais são as do coração (30-40% em alguns estudos), especialmente canal atrioventricular, e as mal-formações do trato gastrointestinal, como estenose ou atresia do duodeno, imperfuração anal, e doença de Hirschsprung.
Alguns tipos de leucemia e a reação leucemóide têm incidência aumentada na síndrome de Down. Estimativas do risco relativo de leucemia têm variado de 10 a 20 vezes maior do que na população normal; em especial a leucemia megacariocítica aguda ocorre 200 a 400 vezes mais nas pessoas com síndrome de Down do que na população cromossomicamente normal. Reações leucemóides transitórias têm sido relatadas repetidamente no período neonatal.
Entre oitenta e noventa por cento das pessoas com síndrome de Down têm algum tipo de perda auditiva, geralmente do tipo de condução. Pacientes com síndrome de Down desenvolvem as características neuropatológicas da doença de Alzheimer em uma idade muito mais precoce do que indivíduos com Alzheimer e sem a trissomia do 21.

Citogenética

A maior parte dos indivíduos (95%) com trissomia do 21 tem três cópias livres do cromossomo 21; em aproximadamente 5% dos pacientes, uma cópia é translocada para outro cromossomo acrocêntrico, geralmente o 14, o 21 ou o 22. Em 2 a 4% dos casos com trissomia do 21 livre, há mosaicismo, isto é, uma linhagem de células com trissomia e uma linhagem de células normal na mesma pessoa.

Aconselhamento genético

Pais que têm uma criança com síndrome de Down têm um risco aumentado de ter outra criança com a síndrome em gravidezes futuras. É calculado que o risco de ter outra criança afetada é aproximadamente 1 em 100 na trissomia do 21 e no mosaicismo. Porém, se a criança tem síndrome de Down por translocação e se um dos pais é portador de translocação (o que ocorre em um terço dos casos), então o risco de recorrência aumenta sensivelmente. O risco real depende do tipo de translocação e se o portador da translocação é o pai ou a mãe.

Cuidados especiais

As crianças com síndrome de Down necessitam do mesmo tipo de cuidado clínico que qualquer outra criança. Contudo, há situações que exigem alguma atenção especial:
  • 80 a 90% das crianças com síndrome de Down têm deficiências de audição. Avaliações audiológicas precoces e exames de seguimento são indicados. 
  • 30 a 40% destas crianças têm alguma doença congênita do coração. Muitas destas crianças terão que se submeter a uma cirurgia cardíaca e, freqüentemente precisarão dos cuidados de um cardiologista pediátrico por longo prazo. 
  • Anormalidades intestinais também acontecem com uma freqüência maior em crianças com síndrome de Down. Por exemplo, estenose ou atresia do duodeno, imperfuração anal e doença de Hirschsprung. Estas crianças também podem necessitar de correção cirúrgica imediata destes problemas. 
  • Crianças com síndrome de Down freqüentemente têm mais problemas oculares que outras crianças. Por exemplo, três por cento destas crianças têm catarata. Elas precisam ser tratadas cirurgicamente. Problemas oculares como estrabismo, miopia, e outras condições são freqüentemente observadas em crianças com síndrome de Down. 
  • Outra preocupação relaciona-se aos aspectos nutricionais. Algumas crianças, especialmente as com doença cardíaca severa, têm dificuldade constante em ganhar peso. Por outro lado, obesidade é freqüentemente vista durante a adolescência. Estas condições podem ser prevenidas pelo aconselhamento nutricional apropriado e orientação dietética preventiva. 
  • Deficiências de hormônios tireoideanos são mais comuns em crianças com síndrome de Down do que em crianças normais. Entre 15 e 20 por cento das crianças com a síndrome têm hipotireoidismo. É importante identificar as crianças com síndrome de Down que têm problemas de tireoide, uma vez que o hipotireoidismo pode comprometer o funcionamento normal do sistema nervoso central. 
  • Problemas ortopédicos também são vistos com uma freqüência mais alta em crianças com síndrome de Down. Entre eles incluem-se a subluxação da rótula (deslocamento incompleto ou parcial), luxação de quadril e instabilidade de atlanto-axial. Esta última condição acontece quando os dois primeiros ossos do pescoço não são bem alinhados devido à presença de frouxidão dos ligamentos. Aproximadamente 15% das pessoas com síndrome de Down têm instabilidade atlanto-axial. Porém, a maioria destes indivíduos não tem nenhum sintoma, e só 1 a 2 por cento de indivíduos com esta síndrome têm um problema de pescoço sério o suficiente para requerer intervenção cirúrgica. 
  • Outros aspectos médicos importantes na síndrome de Down incluem problemas imunológicos, leucemia, doença de Alzheimer, convulsões, apneia do sono e problemas de pele. Todos estes podem requerer a atenção de especialistas.

BIBLIOGRAFIA

  • http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2012/03/21/dia-internacional-da-sindrome-de-down-e-comemorado-nesta-quarta-feira-2/ 
  • http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_de_Down 
  • http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Internacional_da_S%C3%ADndrome_de_Down http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?393