A Atropa belladonna (beladona) é a principal fonte de extração de atropina (hiosciamina) e escopolamina (hioscina). São utilizadas as folhas e as flores para obtenção dos alcalóides tropânicos, que são derivados da ornitina e contém em suas moléculas o anel tropânico formado a partir do anel pirrolidínico com acetoacetato. São encontrados principalmente nas plantas das famílias Solanaceae e Erythroxylaceae.
Os alcalóides extraídos da belladona possuem atividade anticolinérgica, ou seja, são antagonistas dos receptores da acetilcolina.
A Atropina foi isolada pela primeira vez em 1831 da espécie Atropa belladona pelo químico alemão Mein, entretanto a espécie já era conhecida por suas propriedades terapêuticas entre os romanos, egípcios e gregos.

A denominação belladona (belas mulheres) origina-se da prática comum entre as mulheres italianas da Idade Média que pingavam nos olhos o sumo espremido das bagas pretas da planta para provocar a dilatação das pupilas. Ter pupilas dilatadas e brilhosas era sinônimo de beleza, daí o nome. Na mitologia grega, as mênades "com seus olhos de fogo" se entregavam aos adoradores do deus Dionísio (Baco na mitologia Romana), nas orgias, para depois despedaçá-los e comê-los. É provável que ao vinho dos bacanais fosse adicionado sumo de beladona.
O VOO DAS BRUXAS
As bruxas e os charlatões na Europa, usavam a belladona, e outros alcalóides tropânicos como a escopolamina e a hiosciamina, para profecias, adivinhações e envenenamentos. Preparavam um unguento que, supostamente, as faziam voar. Este unguento, conhecido como "fórmula de voo", era passado em certas partes do corpo, principalmente nas mais peludas, e esfregado sobre o cabo de uma vassoura, que era colocada entre as pernas pelas "bruxas" como se fosse um instrumento de voo. Em contato com a mucosa vaginal e anal o unguento era absorvido mais rapidamente pelo organismo.INTOXICAÇÃO POR ATROPINA
A atropina é extremamente tóxicas e o seu consumo pode causar:- Inibição das secreções salivares, lacrimais, bronquiais e das glândulas sudoríparas.
- Garganta extremamente seca e, mesmo em doses reduzidas, causa secura da boca e da pele.
- Dilatação da pupila
- Paralisação do olho durante o relaxamento do músculo ciliar .
- Relaxamento do músculo liso dos brônquios (broncodilatação), vesícula biliar e bexiga.
- Obstipação e retenção urinária.
- Afeta o SNC, causando irritação moderada, em doses baixas.
- Em doses elevadas, causa agitação, alucinações (efeitos psicoativos), taquicardia, visão turva e desorientação.
- Perda de equilíbrio
- Delírios e Sensação de voar
- Sensação de sufocar
- Rubor facial
- Voz arrastada
- Amnésia durante a intoxicação
- Profundo sono
Seu uso é contra-indicado em:
- Taquicardia
- Fibrilação atrial
- Glaucoma
- Constipação
- Hiperplasia prostática
Em caso de Superdosagem:
- Lavagem gástrica
- Administração de suspensão de carvão ativo
- Para reverter os sintomas antimuscarínicos severos administrar fisiostigmina (anticolinesterásicos) lentamente por via intravenosa não ultrapassando 1 mg por minuto.
- Respiração artificial com oxigênio, se for necessária para a depressão respiratória
- Hidratação adequada
- Tratamento sintomático
Referências
- http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422009000900047&script=sci_arttext
- http://38.media.tumblr.com/tumblr_mbp3ozEpXY1qbb4hwo1_500.gif
- http://guiadoestudante.abril.com.br/imagem/quimica_funcoesorganicas_questao5_atropina_simulado9.gif
- http://resumosonline.com/2015/02/alcaloides-tropanicos/
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Atropina
- http://www.shoppingdocampo.com.br/sulfato-de-atropina-a-1-ucb-10ml-p539
Nenhum comentário:
Postar um comentário