Fiocruz distribui droga para evitar rejeição de órgãos transplantados


Segundo o ministério, esta é a primeira aquisição feita pelo governo de camisinhas femininas de terceira geração – fabricadas com borracha nitrílica. Foram gastos R$ 27,3 milhões, sendo o preço unitário R$ 1,36.

A partir desta terça-feira, a distribuição do medicamento Tracolimo, imunossupressor fundamental para evitar a rejeição de órgãos transplantados, sobretudo rins e fígado, será feita integralmente com tecnologia brasileira. A produção é fruto de parceria entre a Farmanguinhos, fábrica de medicamentos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e o laboratório nacional Libbs Farmacêutica.
Cerca de 25 mil pessoas que fizeram transplantes precisam tomar esse medicamento diariamente e pelo resto da vida para diminuir a atividade do sistema imunológico, efeito necessário para contornar a rejeição ao órgão transplantado. Antes, as cápsulas, oferecidas gratuitamente aos pacientes pelo Ministério da Saúde, eram importadas. Farmanguinhos adquiriu a tecnologia da Libbs, num acordo que prevê também o fornecimento do insumo farmacêutico ativo pela empresa, permitindo assim o domínio do Brasil de toda a cadeia do medicamento. O processo de transferência da tecnologia tem duração de cinco anos e, ao longo desse período, estima-se uma economia de R$ 240 milhões para os cofres públicos.
O produto será distribuído aos transplantados, por meio do SUS em todo o Brasil. Até o final de 2012, o acordo entre o Libbs, Farmanguinhos/Fiocruz e Ministério da Saúde prevê a distribuição de 30 milhões de unidades do Tacrolimo. De acordo com dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), o Brasil realizou, em 2011, 4.957 transplantes de rim e 1.492 de fígado.
- No processo de parceria, que leva cinco anos, a Libbs vai produzir o medicamento e o insumo ativo, nos três primeiros anos, com a nossa marca, enquanto apreendemos o processo tecnológico e, a partir de 2015, a Farmanguinhos começa a produzir 50% da demanda (36 milhões de unidades). Ao fim da parceria, toda a produção demandada pelo Ministério da Saúde passará a ser da Fiocruz - disse o o diretor de Farmanguinhos, Hayne Felipe.
Após o fim da parceria, a Libbs, que terá a tecnologia e o princípio ativo, poderá exportar o medicamento para outros países. A primeira carga, com aproximadamente 6 milhões de cápsulas, está sendo distribuída para as secretarias estaduais de Saúde.
Já a partir de maio, o Ministério da Saúde começa a distribuir o primeiro lote dos 20 milhões de preservativos femininos que serão entregues ao longo do ano. As populações prioritárias serão definidas de acordo com critérios de vulnerabilidade a doenças sexualmente transmissíveis (DST), incluindo AIDS e as hepatites virais.
No público-alvo, de acordo com a pasta, estão profissionais do sexo, mulheres em situações de violência doméstica e/ou sexual, pessoas com HIV/ AIDS, usuárias de drogas e seus parceiros e pacientes do DST. Também se enquadram pessoas de baixa renda e usuárias do serviço de atenção à saúde da mulher que tenham dificuldade em negociar o uso do preservativo masculino com o parceiro.

Medicamento infantil para tratamento do vírus HIV será testado este ano


O medicamento está sendo desenvolvido há três anos pela Farmanguinhos, unidade técnico-científica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Rio de Janeiro – As crianças brasileiras com até 13 anos que vivem com HIV/Aids terão em breve um antirretroviral infantil, de administração mais simples. A previsão é que o medicamento já esteja pronto para fabricação em 2015, mas os testes em humanos devem começar no segundo semestre deste ano, em seis centros de pesquisas nos estados de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Em vez de três, a criança poderá tomar somente um comprimido, que terá uma formulação adocicada, de sabor agradável, para disfarçar o gosto amargo original do remédio. Além disso, o comprimido será dispersível, para ser dissolvido na água.
Segundo a farmacêutica do Departamento de Pesquisas Clínicas da unidade, Marli Melo da Silva, que participa da coordenação do estudo clínico, a combinação também reduz os custos operacionais no processo produtivo, e fica mais fácil dispensar, transportar, armazenar e administrar o medicamento.
“Outra vantagem é que essa formulação dispersível dá mais garantia sobre a dose de princípio ativo, ao contrário do que ocorre quando se divide comprimidos para as crianças”, disse a pesquisadora, que explicou também que, hoje, as drogas prescritas para a população infantil são as mesmas ministradas em adultos, sendo a diferença a diminuição da dosagem, que varia de acordo com o peso, sem considerar a complexidade do metabolismo dos pacientes pediátricos.
O medicamento combinará em um único comprimido três princípios ativos – a lamivudina 30 miligramas + zidovudina 60 miligramas + nevirapina 50 miligramas. A medicação será dissolvida em uma pequena quantidade de água para ser ingerida.

Atualmente, o Sistema Único de Saúde do Brasil (SUS) distribui 16 tipos de antirretrovirais para os pacientes infantis, que variam em apresentação farmacêutica e concentração de acordo com a faixa etária. A maioria dessas drogas não foi estudada em populações pediátricas e somente tem registro na Anvisa para adultos ou crianças acima de determinadas idades.
Dados preliminares, divulgados pelo Ministério da Saúde em 2010, revelam que de 1980 a 2010 o Brasil registrou aproximadamente 14 mil casos de HIV em indivíduos menores de 13 anos. Atualmente, estima-se que cerca de 4 mil crianças nessa faixa etária estejam em terapia antirretroviral. Ainda segundo o ministério, esses números têm caído gradualmente ao longo dos últimos cinco anos. Em todo o mundo, há aproximadamente 2,5 milhões de pessoas menores de 15 anos vivendo com o vírus HIV

Fonte:

O Farmacêutico na judicialização da saúde: competências e formação

    Colegas farmacêuticos, enquanto navegamos pelas transformações da nossa profissão, uma área promissora se consolida: a atuação em processos judiciais relacionados à saúde. Com o crescimento da judicialização, nosso conhecimento técnico torna-se valioso para qualificar decisões que impactam tanto vidas individuais quanto sistemas de saúde.
    O Núcleo de Apoio Técnico do Judiciário (NATJUS), criado pelo CNJ, abriu portas para nossa participação efetiva. Este sistema funciona como uma ponte entre o conhecimento técnico-científico e as decisões judiciais, permitindo que nosso olhar farmacêutico influencie diretamente a interpretação de demandas por medicamentos e outras tecnologias.
    Como peritos judiciais, estamos habilitados a analisar questões relacionadas a medicamentos, cosméticos, produtos médicos e matérias-primas farmacêuticas. Podemos esclarecer dúvidas sobre qualidade, segurança, eficácia e alternativas terapêuticas. Nossa capacidade de interpretar estudos clínicos e entender o processo de incorporação de tecnologias nos coloca em posição privilegiada para auxiliar o judiciário.
    Para atuar neste campo, precisamos complementar nossa formação com conhecimentos específicos. Além da graduação em Farmácia, é recomendável buscar especialização em áreas como assistência farmacêutica, avaliação de tecnologias em saúde ou perícia judicial. O domínio sobre protocolos clínicos oficiais e noções básicas de direito sanitário completam o arsenal necessário para esta atuação.
    Ao elaborar pareceres técnicos, traduzimos evidências científicas complexas em orientações práticas que auxiliam magistrados. Nossa análise pode identificar alternativas terapêuticas disponíveis, avaliar riscos de medicamentos sem evidências sólidas e contribuir para decisões mais racionais e seguras.
    Este é um momento oportuno para ampliarmos nossos horizontes profissionais. A judicialização da saúde, antes vista apenas como problema, hoje representa uma oportunidade para valorizarmos nossa expertise e contribuirmos para um sistema de justiça mais qualificado tecnicamente.
    Somos os profissionais do medicamento por excelência. Quando o judiciário precisa decidir sobre acesso a tecnologias farmacêuticas, quem melhor que nós para iluminar o caminho com conhecimento técnico e compromisso ético? É hora de ocuparmos este espaço com a competência que nos caracteriza.

Referências:
Conselho Nacional de Justiça. Resolução CNJ nº 238/2016 - Dispõe sobre a criação e manutenção de Comitês Estaduais de Saúde.
Sistema e-NATJUS do Conselho Nacional de Justiça.
Legislação farmacêutica e sanitária brasileira.
Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde.

Resistência a antibióticos é um desafio para a saúde


Os antibióticos fazem parte do grupo de “drogas” que curam doenças; neste caso especifico doenças infecciosas. Muito do progresso da medicina (como cirurgia avançada, transplantes de órgãos, etc.) tem sido possível utilizando os antibióticos como profiláticos.

Os antibióticos são compostos químicos de origem natural ou sintética (medicamentos), que atuam na falência de agentes patogênicos ao ser humano, ou também resultando na inibição do desenvolvimento dos mesmos, agindo seletivamente na população de micro-organismos, como por exemplo, das bactérias.

Contudo, algumas espécies podem manifestar resistência aos antimicrobianos, ocorrendo normalmente através de mutações que proporcionam a síntese de enzimas capazes de conferir a inativação de tais substâncias.

O perigo do retorno à “era pré-antibiótica” começa a ser uma verdadeira ameaça porquanto, bactérias resistentes emergentes (enterococos) ou re-emergentes (Mycobacterium) e “novas” bactérias (como as implicadas na doença do Legionário, úlceras gástricas, doença de Lyme, síndroma do choque tóxico) vão surgindo. Atualmente foram já isoladas bactérias resistentes a todos os antibióticos disponíveis (estafilococos).

Novos antibióticos serão eventualmente necessários, particularmente considerando que não foram introduzidas novas classes de antibióticos nos últimos anos, apesar da investigação da indústria farmacêutica.

As infecções bacterianas são mais difíceis de tratar e dispendiosas quando as bactérias são resistentes aos antibióticos, pois serão necessárias mais consultas médicas, por vezes hospitalização (nomeadamente por períodos prolongados), utilização de antibióticos mais caros e a ausência ao trabalho; contribui ainda para o aumento das taxas de mortalidade.

O que a OMS diz:

"Uma era pós-antibióticos significa, de fato, o fim da medicina moderna como a conhecemos", diz a diretora-geral da OMS, Margaret Chan.

Ao falar em um encontro de especialistas em doenças infecciosas realizado nesta semana na Dinamarca, Chan alertou para o desafio que esta nova realidade representa, especialmente para os países em desenvolvimento, que são os principais afetados por essas enfermidades.

"Muitos países estão incapacitados pela falta de infra-estrutura, incluindo laboratórios, diagnósticos, confirmação de qualidade, capacidade de regulação, monitoramento e controle sobre a obtenção e a utilização de antibióticos", diz Chan.

"Por exemplo, comprimidos contra malária são vendidos individualmente em mercados locais. Também há abundância de antibióticos falsos ou de baixa qualidade", afirma.

As declarações da diretora da OMS foram feitas em um momento em que diversos grupos americanos de especialistas em doenças infecciosas publicaram um relatório no qual pedem que autoridades de saúde e políticos em todo o mundo aumentem os esforços para melhorar o uso dos antibióticos existentes e promover a investigação de novos medicamentos.

Especialistas afirmam que a atual resistência das bactérias a antibióticos é causada principalmente pelo mau uso desses remédios e que, muitas vezes, são os próprios médicos que receitam os medicamentos excessivamente.

Segundo os autores do estudo, entre as medidas para evitar a resistência está o estabelecimento de programas que ajudem os médicos a decidir quando é necessário receitar um antibiótico e qual a melhor opção de tratamento.

O perigo da utilização intensiva de antibióticos ultrapassa, muitas vezes, o domínio médico, pois estes são também largamente utilizados na criação de gado, piscicultura, indústria alimentar, etc.

Fonte:

  • http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/03/120316_antibioticos_omc_ac.shtml 
  • http://www.brasilescola.com/biologia/resistencia-das-bacterias-aos-antibioticos.htm 
  • http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2012/03/resistencia-a-antibioticos-e-desafio-para-medicina-diz-oms.html
  • http://www.insa.pt/sites/INSA/Portugues/Paginas/AntibioticosResi.aspx

A importância de utilizar os antibióticos corretamente



A capacidade dos antibióticos em curar doenças infecciosas anteriormente fatais contribuiu para a ideia de que se trata de "remédios milagrosos" com "poderes" que excedem amplamente os que podem ser atribuídos às suas propriedades farmacológicas reais. Em muitos países europeus, os antibióticos são a segunda classe de medicamentos mais utilizada a seguir aos simples analgésicos. Infelizmente, começamos agora a pagar um preço demasiado alto por esta utilização dos antibióticos. O seu uso excessivo, e em muitos casos inadequado, na medicina humana e veterinária e na agricultura contribuiu para o aumento rápido da prevalência de microrganismos resistentes aos medicamentos. De fato, muitos dos antigos antibióticos tornaram-se seja ineficazes seja menos fiáveis do que antes. Por exemplo, a resistência à penicilina – o anterior tratamento preferido nas infecções provocadas pelo Staphylococcus aureus – está agora banalizado em muitos países. 





"-Pssst! Ei garoto! Quer ser uma Superbactéria…? Coloca um desses no teu genoma… mesmo a penicilina não vai te ferir!"
Foi em um atalho pela cozinha do hospital que Albert foi pela primeira vez abordado por um membro da Resistência aos Antibióticos. 

A resistência aos antibióticos resulta da transferência de traços genéticos de resistência entre as bactérias da mesma ou de diferentes espécies. Em geral, quanto mais for utilizado um antibiótico específico, maior é o risco de emergência e propagação da resistência contra ele, tornando assim o medicamento cada vez mais inútil. Para evitar essa resistência, foram desenvolvidos novos antibióticos com propriedades químicas semelhantes, mas não idênticas, que se mantiveram eficazes enquanto não emergiu e se propagou a resistência também a estes novos medicamentos.

A consequência mais grave é o aparecimento de novas estirpes bacterianas resistentes a vários antibióticos ao mesmo tempo. As infecções causadas por esses patogêneos resistentes aos multimedicamentos constituem um desafio especial de que resulta um aumento de complicações clínicas e o risco de doenças graves que outrora podiam ser tratadas com sucesso, hospitalizações mais longas e custos significativamente mais elevados para a sociedade. O pior cenário, que infelizmente não é improvável, é que os patogêneos perigosos acabem por ganhar resistência a todos os antibióticos anteriormente eficazes, levando assim a um aumento incontrolado de epidemias causadas por doenças bacterianas que não poderão ser tratadas.

É inevitável a necessidade do desenvolvimento de novos medicamentos para o tratamento eficaz de infecções bacterianas agressivas. Do mesmo modo, é inevitável que sobretudo estes novos medicamentos, mas também os antigos, sejam utilizados mais restritivamente e só por razões clínicas sólidas.

Além disso, muitos antibióticos são compostos químicos estáveis que não se desagregam no corpo e continuam ativos muito tempo depois de terem sido expelidos. Atualmente, os antibióticos dão uma contribuição considerável ao problema cada vez maior das substâncias médicas ativas que circulam no ambiente.

Fonte:

TLV - Teoria da Ligação de Valência (Química Orgânica

É uma teoria que foi desenvolvida a partir do modelo atômico quântico (onde o elétron apresenta comportamento ondulatório), para descrever a formação da ligação entre orbitais atômicos. 

Lembre-se: orbital (ou função de onda) é o nome dado a solução ou resolução de uma determinada expressão matemática (denominada também de equação de onda) que indica a provável região do espaço em volta do núcleo atômico, onde o elétron tem maior probabilidade de ser encontrado.

Pela teoria da ligação de valência, uma ligação se forma através da sobreposição de orbitais semipreenchidos, ou seja, orbitais que apresentem elétrons desemparelhados.

Os elétrons estão desta forma, emparelhados nos orbitais que superpuseram e são atraídos por ambos os núcleos. Desta forma há um aumento da densidade eletrônica entre os núcleos, unindo os átomos e consequentemente diminuindo a energia total do sistema, formando uma molécula estável.. Isso por ser descrito pelas funções de onda de cada um dos átomos. 


A força da ligação é proporcional à superposição dos orbitais atômicos. Em conseqüência os átomos na molécula tendem a ocupar uma posição em que haja um máximo de superposição entre os orbitais. 

Exemplo: a molécula do hidrogênio (H2). Superposição de dois orbitais 1s. 


Molécula de Hidrogênio

Molécula de H2 após a superposição de orbitais

Segundo a TLV, os dois elétrons que participam da ligação são de spin opostos. Se os dois elétrons tiverem spins paralelos não ocorre a ligação e desta forma ocorreria repulsão, como é possível verificar abaixo:

Representação esquemática das curvas teóricas de energia (de a até d) para uma molécula de hidrogênio. A curva e é a curva obtida experimentalmente e a curva f demonstra a interação repulsiva de dois elétrons de spins iguais. 

A TLV prevê a existência de dois tipos de superposições de orbitais:
Frontal: exatamente no eixo da ligação química (direção internuclear), sendo chamada de ligação sigma (σ). Estes orbitais são cilindricamente simétricos em relação ao eixo internuclear.
Lateral: quando a ligação decorre da interação lateral de orbitais; a superposição ocorre no plano da ligação química, sendo chamada de ligação pi (π)



 
Obs:
Ligação pi (π: é a ligação formada pela aproximação lateral de orbitais (segundo eixos paralelos). A ligação pi é mais fraca e mais fácil de ser rompida; Só ocorre entre orbitais atômicos do tipo "p". As ligações pi nunca acontecem sozinhas sem que os átomos também sejam unidos por uma ligação sigma.

Representação esquemática das possibilidades de superposições sigma (σ) de orbitais.



Representação esquemática das possibilidades de superposições pi (π) de orbitais. 


A teoria de ligação de valência utiliza a definição de orbitais atômicos híbridos para explicar tanto o compartilhamento de elétrons durante a superposição de orbitais atômicos quanto a geometria espacial apresentada pela substância formada.




Fonte:
http://relealquimica.blogspot.com/2010/03/teoria-da-ligacao-de-valencia-tlv.html 
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAxJwAA/teoria-orbital-atomico 
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAANU8AE/hibridizacao 

Campos de Atuação do Farmacêutico: áreas consolidadas e emergentes da profissão

O farmacêutico contemporâneo destaca-se pela excepcional amplitude de seus campos de atuação, resultado de uma formação acadêmica abrangente e versátil que o prepara para desafios em múltiplos segmentos da saúde. Com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, este profissional está habilitado a atuar em todos os níveis de atenção à saúde - da atenção básica aos serviços de alta complexidade - contribuindo significativamente para a promoção, proteção e recuperação da saúde tanto individual quanto coletiva. Seu conhecimento técnico-científico integra desde o entendimento molecular dos fármacos até sua aplicação clínica, abrangendo aspectos regulatórios, econômicos e sociais, o que lhe permite transitar com competência entre áreas consolidadas e emergentes da assistência farmacêutica.

Áreas Principais
  • Assistência Farmacêutica Comunitária: dispensação de medicamentos, orientação sobre uso correto e serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias
  • Assistência Farmacêutica Hospitalar: análise de prescrições, conciliação medicamentosa e participação em equipes multiprofissionais
  • Indústria Farmacêutica: pesquisa, desenvolvimento, produção e controle de qualidade de medicamentos
  • Farmácia de Manipulação: preparo personalizado de medicamentos e formulações exclusivas conforme prescrição médica
  • Análises Clínicas e Toxicológicas: realização e interpretação de exames laboratoriais para diagnóstico e monitoramento de tratamentos
  • Cosmetologia: desenvolvimento e produção de cosméticos e dermocosméticos
  • Alimentação e Nutrição: controle de qualidade de alimentos e desenvolvimento de alimentos funcionais

Áreas Complementares
  • Vigilância Sanitária e Regulação: fiscalização e elaboração de normas sanitárias
  • Docência e Pesquisa: formação de novos profissionais e desenvolvimento científico
  • Farmácia Pública: gestão da assistência farmacêutica no SUS
  • Marketing Farmacêutico: divulgação técnico-científica de medicamentos
  • Radiofarmácia: produção e controle de qualidade de radiofármacos
  • Farmácia Veterinária: desenvolvimento e dispensação de medicamentos para uso animal
  • Distribuidoras de Medicamentos: logística e cadeia de suprimentos farmacêuticos
  • Farmácia Estética: desenvolvimento e aplicação de produtos com finalidade estética
  • Consultoria Técnica: assessoria a empresas do setor farmacêutico e de saúde
  • Práticas Integrativas e Complementares: atuação com fitoterapia, homeopatia, acupuntura e outras terapias reconhecidas pelo SUS
  • Núcleo de Apoio Técnico do Poder Judiciário (NATJUS): elaboração de pareceres técnicos para subsidiar decisões judiciais em saúde
  • Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS/NATS): análise de evidências científicas para incorporação de novas tecnologias no sistema de saúde
  • Perícia Farmacêutica: atuação como perito judicial em questões relacionadas a medicamentos, cosméticos e outros produtos farmacêuticos
  • Farmácia Militar: atuação nas Forças Armadas em farmácias hospitalares militares, laboratórios e indústrias farmacêuticas militares

Tendências e Campos Emergentes
  • Farmacogenômica e Medicina Personalizada: desenvolvimento de terapias baseadas em perfis genéticos individuais
  • Nanotecnologia Farmacêutica: sistemas de liberação controlada de fármacos e nanomedicamentos
  • Telemedicina e Saúde Digital: teleatendimento farmacêutico e aplicações para monitoramento de tratamentos
  • Terapias Avançadas: desenvolvimento e produção de medicamentos biológicos, terapias celulares e gênicas
  • Gestão de Dados Clínicos: aplicação de inteligência artificial e big data na assistência farmacêutica

A atuação farmacêutica expandiu-se significativamente além dos campos tradicionais, abrangendo áreas especializadas que demandam conhecimentos específicos. Esta diversificação reflete a versatilidade da formação farmacêutica e a importância crescente deste profissional nos diversos níveis e setores do sistema de saúde brasileiro.

Revisado em 19/03/2025