Misturadores

Os misturadores são aparelhos destinados a realizar a mistura, e em todos eles têm lugar os vários mecanismos de mistura atrás referidos.
 O Misturador opera com três tipos de movimentos de partículas durante o processo de mistura que são:
  • Movimento convectivo aparente de grupos de partículas que tende a deslocar estas partículas em bloco por toda a mistura.
  • A difusão ou dispersão que tende a separar as partículas na mistura.
  • E o movimento de cisalhamento das partículas dentro de um grupo que se movimenta mais lentamente. A mistura por cisalhamento ocorre pela continua divisão e escoamento do pó.



Misturador e homogeneizador de pós, este aparelho serve para misturar as formulas dando uma homogeneização mais uniforme assim deixando o medicamento com uma conformidade em todas as cápsulas quando for colocado no tabuleiro para que cada cápsula fique com as mesmas dosagens.



 Os dois mecanismos mais característicos são o difusivo e o convectivo, de modo que dividiremos os misturadores em difusivos e convectivos conforme o mecanismo predominante.

Misturadores Difusivos

São misturadores que usam predominantemente o mecanismo difusivo de mistura, ou seja, em que esta se processa através das freqüentes e repetidas mudanças aleatórias de direção das partículas ao rolarem sobre um talude. 
São exemplos deste tipo de misturadores os seguintes:
Misturador Duplo cone












Misturador Horizontal rotativo














Em todos os casos a carcaça do misturador roda em torno de um eixo, freqüentemente horizontal, sendo o pó posto em movimento por arrastamento sobre as paredes internas do misturador. 
Dado que a carcaça do misturador roda haverá uma velocidade crítica de operação, a partir da qual a força centrífuga fará com que o pó seja centrifugado, cancelando mistura. 
Alguns destes misturadores têm no seu interior pás que procuram provocar certa dose de convecção, melhorando as características do misturador. 
De um modo geral os fabricantes procuram, através da forma da carcaça, gerar taludes que se interceptem, mas isto não afeta a qualidade da mistura em equilíbrio. 
Apesar destes inconvenientes são muito freqüentemente utilizados, em virtude do seu baixo custo e da sua facilidade de limpeza.

 Misturador em “V”

Dentre um número grande de misturadores existente, o misturador em “V” consiste de duas câmaras cilíndricas montadas em ângulo e girando sobre um eixo horizontal. Devido a sua assimetria, este misturador tem uma grande efetividade na ação de misturar.
Este equipamento utiliza a técnica de tombamento dos materiais para produzir a homogeneização, caracterizada por uma predominância de movimento de cisalhamento aliado a movimentos de difusão das partículas.
Os misturadores em “V” são utilizados para homogeneização de pós, incorporação de pequenas quantidades de líquidos em meios sólidos e homogeneização de partículas frágeis que não devem ser desmanchadas

Misturador Duplo Clone

Os misturadores com essa configuração utilizam o princípio de tombamento simples para produzir a homogeneização e mistura dos materiais. Dois cones são interligados por uma pequena seção cilíndrica que gira em torno de um eixo horizontal e transversalmente à seção cilíndrica. O equipamento opera na mesma faixa de aplicações do homogeneizador em "V", porém permite o trabalho com volumes maiores.

Misturadores Convectivos

Misturador horizontal duplo helicoide
São misturadores que fazem
predominantemente uso do mecanismo convectivo de mistura, isto é, de transporte de porções do pó de uma zona para outra. 
São exemplos deste tipo de misturadores os seguintes:
  • Nauta 
  • Misturador de hélice (“Ribon Blender”) 
  • Lödige 
  • Leitos fluidizados por gás


Em todos os casos a carcaça do misturador é fixa, sendo o movimento causado por pás que geram correntes de convecção. No caso dos leitos fluidizados por gás, a mistura processa-se a quando da subida das bolhas do gás que borbulha através do leito. 
São normalmente bastante melhores do que os difusivos, sendo muito menos atreitos a segregação durante o funcionamento, sendo, no entanto geralmente mais caros e de mais difícil limpeza do que os misturadores difusivos.

Bibliografia









Prática de Diluição Geométrica

A diluição geométrica é um método utilizado para assegurar que pequenas quantidades de pós, geralmente fármacos potentes, estejam distribuídos uniformemente em uma mistura. É empregada com o objetivo de facilitar e aumentar a segurança e a precisão da pesagem de fármacos com baixa dosagem e difíceis de pesar com exatidão. 

Para o processo de homogeneização antes da encapsulação onde ocorre uma diferença de proporção entre os componentes ativos e o excipiente, é possível obter uma mistura mais homogênea por meio da adição sequencial destas substâncias no gral. Isso pode ser alcançado misturando-se a princípio os componentes ativos com um volume aproximadamente igual dos diluentes.

Objetivo

  • Homogeneizar o princípio ativo e o excipiente.

Materiais e Métodos 

  • Vidro de relógio 
  • Espátula 
  • Balança analítica 
  • Gral e Pistilo 
  • P.A. = Paracetamol 
  • Excipiente = Lactose 
  • Corante: indicador de uma obtenção de uma mistura ideal 

Tipos de Diluições Geométricas

As diluições normalmente empregadas são de 1:10, 1:100 ou 1:1000, dependendo da faixa de dosagem da substância. 
  • Até 0,1mg recomenda-se a diluição 1:1000 
  • De 0,11mg a 0,99 mg recomenda-se a diluição 1:100 
  • Acima de 1 mg recomenda-se a diluição 1:10

Diluição utilizada nessa prática é a 1:10 (Pesar 1g da substância + 9g de diluente)
De acordo com a literatura Prista, L. Nogueira – 6º edição, na mistura de dois pós que estão em uma formulação em quantidades desiguais, deve-se primeiro triturar o princípio ativo com igual volume do diluente, reduzindo a um pó com a mesma tenuidade. Esta operação é repetida, adicionando à mistura, de cada vez, um volume de diluente aproximadamente igual ao que ele já ocupa, até que todo diluente seja consumido. 
Outra técnica que pode ser utilizada para princípios ativos difíceis de pesar com exatidão é adição de corantes a estes ativos. Como por exemplo, uma diluição a 1:100, pesa-se 0,1g de substância ativa, adiciona-se uma quantidade pequena de corante e mistura-se com o restante do excipiente, descontando deste excipiente o peso do ativo e do corante.

Triturações são diluições finamente pulverizadas de substâncias medicinais potentes, antes designadas oficialmente como contendo 1 parte de substância ativa em 10 partes de mistura (Ansel 2005, p. 71).
Exemplo: Quantos gramas de uma trituração 1:10 são requeridos para obter 25mg de fármaco?
R.: 10g de trituração contêm 1g de fármaco
25mg = 0,025g
10g/1g x 0,025g = 0,25g 


Procedimentos

  1. Verificar as condições de limpeza dos equipamentos, utensílios e bancadas antes do início da diluição geométrica. 
  2. Pesar todos os componentes da preparação. 
  3. Misturou-se no gral, com auxílio do pistilo:
  • 1g excipiente +1g P.A. + 0,05g corante. (O excipiente é colocado primeiro no gral para fechar os poros): triture; 
  • 2g de mistura (já no gral) + 2g excipiente: triture; 
  • 4g de mistura (já no gral) + 4g excipiente: triture; 
  • 8g de mistura (já no gral) + 1,95g excipiente (é levada em consideração a soma do corante, pois no final a soma da mistura não deve ultrapassar 10g): triture. 
  • Misturar o pó no gral com pistilo, sempre retirando pó aderido às laterais do gral e do pistilo com auxílio de uma espátula, até homogeneização.
Corante
Mistura do corante com o excipiente e o P.A












 Pesagem do excipiente final descontando a
quantidade de corante adicionado no início da mistura.

 




                                                             

Misturou-se até obtenção de uma mistura uniforme, que foi visualizada com auxílio do corante.

Bibliografia

  • Manual de Cálculos Farmacêuticos - Howard C. Ansel, Shelly J. Prince. Porto Alegre: Atmed, 2005.
  • http://www.anfarmag.org.br/documentos/tecnico0509.pdf
  • http://www.espacomagistral.com.br/sistema/?cat=15
  • http://www.engendrar.com.br/arquivos/boletim/misturador-v.pdf
  • http://pt.scribd.com/doc/85389597/Metalurgia-do-Po