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Metabolismo do Ferro

Além de sua função essencial na formação da hemoglobina, o Ferro tem um papel importante na formação adequada dos ossos, na cicatrização, na síntese do RNA, na pigmentação da pele e do cabelo, e no metabolismo das proteínas.
As doenças e desordens relacionadas com a deficiência desse mineral são: diminuição na formação de hemoglobina, distúrbio na função da medula óssea, depressão na produção de eritrócitos e possível dano à membrana celular.
No final da sobrevida, ou seja, 120 dias, os eritrócitos são destruídos nos macrófagos do sistema reticuloendotelial (SRE) dentro do baço; o ferro é liberado da hemoglobina, entra no plasma e fornece a maioria do ferro da transferrina. Somente uma pequena porção do ferro da transferrina plasmática vem da dieta, absorvido no duodeno e no jejuno.
Quase todo o ferro da hemoglobina é reaproveitado, assim as necessidades diárias de ferro novo são pequenas. 

ABSORÇÃO

A absorção intestinal (duodeno e jejuno) é da ordem de 1 mg/dia, embora a quantidade ingerida seja pelo menos 10 vezes maior. O ferro absorvido repõe o que é perdido em células descamadas (que sempre contêm algum ferro, p. ex. em citocromos) e no sangue menstrual. Nas mulheres, a necessidade diária é cerca do dobro da dos homens.
O ferro pode ser encontrado sob 2 formas: ferrosa (Fe++) e férrica (Fe+++)
  • Fe+++: encontrado nos vegetais (verduras de coloração verde escura, feijão, soja, entre outros), transforma-se em Fe++ no organismo. Somente 2% é reaproveitado.
  • Fe++: ou ferro elementar, encontrado nos alimentos de origem animal (carnes de todos os tipos, leite e ovos), está pronto para ser absorvido.  

A absorção do ferro, especialmente de origem animal, é aumentada com a ingestão conjunta de alimentos levemente ácidos (ou proteínas) e também por alimentos ricos em ácido ascórbico (vitamina C).
O transporte e armazenamento do ferro é mediado por três proteínas: transferrina, receptor de transferrina e ferritina.

FERRITINA

Nas células da mucosa intestinal, o ferro absorvido fica armazenado como Fe+++ em uma proteína chamada ferritina (proteína fixadora de ferro). Para tal, o ferro forma micelas de hidroxifosfato férrico e se liga a uma proteína, a apoferritina, cuja molécula é constituída de várias subunidades que circundam a micela. O complexo de subunidades proteicas de apoferritina e da micela de Fe+++ é que constitui a ferritina. Até cerca de 4.300 átomos de Fe+++ podem ser estocados desta forma por uma partícula de ferritina.
A ferritina é visível só ao microscópio eletrônico como uma partícula eletrodensa que pode ser usada como marcador.

TRANSFERRINA 

A transferrina é uma proteína do plasma responsável pelo transporte do ferro do seu sítio de absorção no nível intestinal ou nos sítios de catabolismo da hemoglobina para os precursores de células vermelhas na medula óssea ou para os sítios de estocagem de ferro no sistema reticuloendotelial na medula óssea, no fígado e no baço.
Para transporte no plasma, o Fe+++ é removido da ferritina (que fica sempre no interior de células) e transferido para a transferrina, que carreia 2 átomos de Fe+++ por molécula.
A ligação com o ferro é estável em condições fisiológicas, mas a dissociação pode ocorrer em meio ácido.

DESTINO DO FERRO 

Este ferro é distribuído às células do organismo, onde é necessário para síntese de citocromos e, principalmente, às células da série vermelha da medula óssea, no estágio de normoblasto, onde será usado na síntese de hemoglobina.
O restante é depositado em células do SRE, principalmente nas células reticulares do baço e da medula óssea, e nas células de Kupffer do fígado, onde fica armazenado também na forma de ferritina (como nas células da mucosa intestinal). A ferritina é uma forma de armazenamento que permite fácil mobilização do ferro para síntese de hemoglobina.

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